Versos Universais

–PARTE I–
Súbito eu decidi abrir as janelas,
Pelo espanto do que eu vi através delas:
Lembrando as erupções de uma peste,
Fazendo do céu epiderme leprosa,
Sobre a minha cabeça as nebulosas
Pairam a parir os corpos celestes...

Esmaga-me a consciência o céu noturno,
Os encéfalos o sono; Saturno,
Enquanto as três dermes morde-me o frio,
Cegando a insônia com sua rutilância,
Faz dos seus anéis um fardo, uma aliança:
Cria a premissa do belo ser vazio.

Tecido tempo-espaço necrosado
Parece, consigo mesmo enojado,
Através de buracos de minhoca
Ruminando as mortas constelações
Tal qual os vermes nas putrefações
Esparramam-se em sua procriação porca!

Muito reflito sobre a magistral
Mão que numa órbita elipsoidal
Pôs todos os corpos pelo universo
Como pequenas peças rotatórias
Que trabalham por uma trajetória
Maior, as engrenagens de um multiverso!

Na maioria das que penso no açougueiro
Que à sua imagem nos fez uns carniceiros,
Por do seu cutelo um mero reflexo
Contemplando os corpos dependurados,
Diante do nosso corpo mutilado
Muito mais que muitíssimo perplexo

Esforço-me a entender a ininteligível
Força, a ler sua caligrafia ilegível
Esparramada sobre linhas tortas:
Que suprime a luz da estrela extinguida
Gerou a vida e da acefalia a lida
Mantém das pessoas de consciência morta!

25 de julho de 2012  -  00h 17min
João Pessoa  -  Paraíba  -  Brasil

  Adolfo  Justino  de  Lima

Submited by

Domingo, Agosto 5, 2012 - 22:49

Poesia :

Su voto: Nada (2 votos)

Adolfo

Imagen de Adolfo
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 47 semanas 2 días
Integró: 05/12/2011
Posts:
Points: 3582

Comentarios

Imagen de Adolfo

Continua...

Continua...

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Adolfo

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Dedicada Chemistry II 2 1.420 07/27/2011 - 19:23 Portuguese
Poesia/Soneto Não rezo 0 1.744 07/26/2011 - 20:32 Portuguese
Poesia/Soneto Saudade 0 1.152 07/26/2011 - 19:01 Portuguese
Poesia/Soneto No banco de uma praça as escondidas VII 0 1.410 07/24/2011 - 22:00 Portuguese
Poesia/Soneto No banco de uma praça as escondidas VI 0 1.211 07/24/2011 - 21:59 Portuguese
Poesia/Soneto No banco de uma praça as escondidas V 0 1.140 07/24/2011 - 21:57 Portuguese
Poesia/Soneto No banco de uma praça as escondidas IV 0 1.395 07/24/2011 - 21:55 Portuguese
Poesia/Soneto No banco de uma praça às escondidas III 0 1.921 07/24/2011 - 21:52 Portuguese
Poesia/Soneto No banco de uma praça as escondidas II 0 844 07/23/2011 - 03:18 Portuguese
Poesia/Soneto No banco de uma praça as escondidas 0 1.321 07/23/2011 - 03:09 Portuguese
Poesia/Soneto Bom dia! II 0 1.540 07/23/2011 - 02:56 Portuguese
Poesia/Soneto O amor... II 2 2.115 07/23/2011 - 01:30 Portuguese
Poesia/Soneto Tributo a Augusto dos Anjos VII – Devorador de sonhos 0 1.935 07/23/2011 - 01:07 Portuguese
Poesia/Soneto Tributo a Augusto dos Anjos VI ─ Justiça 0 2.244 07/23/2011 - 01:05 Portuguese
Poesia/Soneto Olha 0 1.106 07/19/2011 - 00:20 Portuguese
Poesia/Soneto “Nas noites frias poderia ser como um cobertor” 0 1.448 07/19/2011 - 00:05 Portuguese
Poesia/Soneto Grilo 0 1.612 07/19/2011 - 00:03 Portuguese
Poesia/Dedicada Somos feito a lua e o mar 0 1.251 07/19/2011 - 00:01 Portuguese
Poesia/Dedicada Ciúmes III 0 782 07/19/2011 - 00:01 Portuguese
Poesia/Amor Amo II 0 1.810 07/19/2011 - 00:00 Portuguese
Poesia/Amor Chuva de verão 0 1.436 07/18/2011 - 23:59 Portuguese
Poesia/General About Me II 2 1.465 07/18/2011 - 23:51 Portuguese
Poesia/Soneto Chuva cai 0 2.097 07/13/2011 - 01:07 Portuguese
Poesia/Soneto Frio infernal 1 1.711 07/12/2011 - 00:35 Portuguese
Poesia/General Tédio Parte II 1 1.156 07/10/2011 - 20:35 Portuguese