O TEMPO QUE DESPERDIÇAMOS

O TEMPO QUE DESPERDIÇAMOS

 

Escaladas, desejos e ódios morais,

É diante dos nossos olhos que vemos mais.

Subindo, descendo, rasgando, tudo acontece,

Na vida que levamos e fazemos o que nos apetece.

Se muito se sobe, muito se desce, às vezes caindo,

Vamos lutando, ambicionando e assim vamos indo,

Com ilusões, trovões, silêncios e muito cansaço,

Caímos, nos erguemos, apenas ligados por um laço.

Com passos largos ou curtos vamos passando,

Pelos caminhos fáceis ou ardilosos sempre andando,

Olhando assustados, alegres ou cheios de esperança,

E sempre prontos para a constante mudança.

Curtos são os espaços em que todos vivemos,

Pensado que temos tudo e nada temos,

Iludidos jogamos parte da nossa vida fora,

E deixamos que, precocemente o tempo nos mande embora.

Perdemos tanto tempo  com tantas coisas fúteis,

E tornamo – nos por vezes nuns grandes inúteis,

Pensando que somos donos da eternidade,

E desperdiçamos o belo tempo da vida de liberdade.

Rasgamos páginas da vida e jogamo – las ao vento,

Sem pensar que nos fazem falta ao nosso tempo,

E que devemos aproveitar sempre todos os minutos,

Nestes espaços de vida boa e tão diminutos.

O tempo que estamos acordados é tão pouco,

E ainda perdemos tanto tempo do tempo louco,

Pois temos falta do tempo quando envelhecemos,

E já não temos tempo para nos arrependermos.

Parecer, não ser, dar, receber e fechar para não ver,

É ser opaco, inconvictos e não saber o que se quer ser.

Abrir a vida num livro vivo e desejar ser transparente,

É preciso fazer que o ser faça o que pensa e sente.

Vidas doces, vidas amargas, tudo se tem quando se quer,

Tudo depende do que na nossa vida de bem ou de mal se fizer.

Querer, crer em tudo o que na nossa vida fazemos,

É um passo importante para ter o que queremos.

 

 

2007-Estêvão

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Miércoles, Septiembre 12, 2012 - 08:39

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José Custódio Estêvão

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