VELHAS VIDAS

VELHAS VIDAS

 

Os bancos do jardim estão tristes e vazios,

Parecem um lugar onde moram os frios,

Não há corações cansados de bater,

Os bancos do jardim estão a morrer.

Onde estão as pernas já velhas e cansadas

Que, nos bancos do jardim ficam encostadas?

É Inverno e os bancos estão tristes e vazios,

O jardim até parece um terreno de baldios.

Até os pardais já não têm migalhas caídas,

O frio afastou do jardim as tantas velhas vidas.

A terra está molhada da chuva que caiu,

E o Sol com medo do frio já se despediu.

O jardim convida e deixa cartões de visita,

Aos corações cansados que o frio evita,

Que, as pernas e bengalas nele descansem,

E nos seus bancos arrefecidos se sentem.

O Sol chegou e as flores do jardim já acenam,

Espevitadas pela brisa e parecem que chamam,

As velhas pernas e as mãos enrugadas,

Para aquecerem o jardim a que estão ligadas.

O jardim está alegre e já tem olhos para ver,

As vidas cansadas enchem os bancos para ler,

As histórias antigas que eram lidas em voz alta,

Pois nestes momentos já ninguém sente a sua falta.

 

2007-Estêvão

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Lunes, Septiembre 17, 2012 - 08:30

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José Custódio Estêvão

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