ESPERO PELA MINHA AMADA
ESPERO PELA MINHA AMADA
Corre a brisa do vento na hora da madrugada,
Vai levar o meu amor que sinto pela minha amada,
Vai voando na mansidão do silêncio do caminho,
Eu fico esperando a resposta dentro deste cantinho.
Se ela já recebeu, ainda não sei, certamente,
Só sei que ele partiu, leve, leve, levemente,
Levantando as folhas do caminho até ela o receber,
E eu aqui desespero, à espera do amanhecer.
Já é dia e o meu amor ainda não voltou,
Para me dar a boa nova, para saber se ela gostou,
Ando com impaciência, já gastei este chão,
Sinto que ela me vai dar resposta ao meu coração.
O meu amor ainda há pouco partiu nas asas deste vento,
Que parece uma eternidade neste meu sentimento,
E quando chegar até mim não quero que me traga o não,
Para que nada sofra este meu pequeno coração.
Pergunto a toda a gente que regressa do outro lado,
Se não viu o meu amor a correr muito cansado,
Todos me dizem que não, não viram o meu amor,
E eu para aqui vou ficando com esta imensa dor.
Aí vem uma andorinha e peço para pousar,
Para me dizer se não viu o meu amor a voar,
A andorinha diz que não e eu fico muito triste,
Vou ficando à espera a minha alma não desiste.
Já não durmo, já não como, já não sei o que faça,
Jogo os olhos a todo o lado, não há nada que me satisfaça,
Seguro a cabeça nas mãos pensando que já não vem,
Olhando este chão frio que a minha lágrima contem.
A tarde já é velha e a brisa do vento não avança,
Já tenho os olhos cansados, mas ainda tenho esperança,
Que me traga o meu amor envolto na mesma brisa,
Para o poder abraçar e não sentir o chão que me pisa.
Já vejo uma nuvem de pó por este caminho fora,
Eis que a brisa chegou, já não me quero ir embora,
Eis que a brisa chegou e o meu amor cai – me nos braços,
Ficamos os dois a chorar aos beijos e aos abraços.
Valeu a pena esperar, com todo este sofrimento,
Já não quero mais sentir aquele triste lamento,
Que dá de beber à dor numa triste melancolia,
Agora somos felizes dentro desta nossa alegria.
2007-Estêvão
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