O Natal do Amanhã

Hoje…
É hoje que quero escrever
o afeto que não morre
e doá-lo ao anónimo
mesmo que não vá ler.

Um dia saberá
que alguém incógnito
gostaria de partilhar
neste Natal, a alegria natural
que habita o olhar indómito
e o sorriso fácil
na face amadurecida
alérgica à sinfonia do lamento.

Amanhã…
Será numa alvorotada manhã
que a alma adormecida,
tocado por anjo heroico,
voará ensandecida,
batendo à tua porta
rasgada em sorriso estoico.

E cantará…
Ouve, sente, vem festejar!
O espírito do Natal está decretado
no hoje, no amanhã e para sempre!

(E como bailado clássico
mal tocamos o palco colorido.
Vestimos o céu verde apetecido.
Somos nenúfares em festa…)

OF 21-12-12   Foto – http://portate-mal.blogspot.pt/2012/12/o-natal-do-amanha.html
 

A todos os  amigos reais, virtuais ou amantes da fruição das palavras, desejo que, cada um de nós, seja capaz de contribuir para que o espírito do Natal seja uma realidade subjacente a todos os seres, restituindo a roupagem da dignidade que nos tem sido surripiada, em especial aos mais fracos, deserdados dos direitos básicos de sobrevivência. Hoje, ser-me-ia impossível enviar uma mensagem de esperança. Em coerência, apenas posso reiterar o que em mim é inesgotável: o afeto e a dádiva. Que possa, no próximo Natal, vir aqui e pedir desculpa por ter sido tão pessimista. Façamos, pois, a prece da interioridade para que o ânimo brilhe em nós e resplandeça no outro…

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Domingo, Diciembre 23, 2012 - 17:23

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Odete Ferreira

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