O MEU RELÓGIO

O meu relógio

 

Olho para o meu relógio, os segundos vão andando,

Eu conto o meu tempo enquanto eu os vou contando,

Mesmo sem querer, vou lançando o meu olhar,

E o ponteiro dos segundos não pára de caminhar.

 

Sem dar por isso, o ponteiro dos segundos avança,

Fixo nele os meus olhos, quase não vejo a sua andança,

Ele vai – se arrastando no seu modo sigiloso,

E eu, para meu gáudio, até sinto um certo gozo.

 

E com todos os seus ponteiros, o relógio conta o tempo,

Faça Sol, faça chuva, ou mesmo com a força do vento,

Caminha para o futuro, para trás ele nunca volta,

E o tempo continua para frente, ele anda sempre à solta.

 

Relógio não contes as horas que me vão envelhecendo,

Mesmo que pares para mim, o tempo vai acontecendo,

Tu fazes de mim escravo, para as horas ir cumprindo,

Esteja eu parado ou não, o meu tempo vai fugindo.

 

O ponteiro que conta as horas, esse mal se mexe,

Até parece que no seu lento andar nada acontece,

Dá uma só volta enquanto o dos minutos dá sessenta,

E o dos minutos outra só, quando o dos segundos outros tenta.

 

 

 

 

 

 

 

Os ponteiros do meu relógio,

Mostram – me o que é obvio,

O tempo que vai passando,

Os passos que vou dando,

E mandam para o passado,

O futuro que tenho encontrado.

 

 

                                   Tavira, 14 de Abril de 2009 - Estêvão

 

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Martes, Enero 15, 2013 - 11:13

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José Custódio Estêvão

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