HOMENS

Homens

Enquanto houver homens na Terra,

Nunca mais acabará a guerra,

Haverá sempre homens derrubados,

Enquanto outros serão galardoados.

Galardoados por chacinar muitos semelhantes,

Nunca serão assassinos mas sim importantes,

A que chamam heróis da história,

E nunca morrem ficarão na sua memória.

Memória, todos os homens têm mas talvez,

Esqueçam que só vivem uma vez,

Matam-se uns aos outros sem pensar,

Pensando que morrendo viverão noutro lugar.

Lugar não têm, do nada a terra os faz nascer,

E para ela hão-de voltar ao morrer,

Pela ordem mandatária da Natureza,

Para quê provocarem tanta morte e tristeza?

Tristeza todos sentem quando o mal lhes bate à porta,

Mas com a tristeza dos outros ninguém se importa,

Os homens são desumanos e inteligentes,

Mas por vezes de espírito são tão indigentes.

Indigentes há muitos homens e afortunados também,

Separados pela sociedade pelo dinheiro que têm,

E pelo poder e o seu estatuto social,

Mas perante a Natureza não há nenhum desigual.

Desigual são todos pelo seu pensamento,

E não pela morte e pelo seu nascimento,

Todos nascem do ventre da sua mãe,

E todos sabem rir e chorar quando lhes convêm

Tavira, 3 de Março de 2011 - Estêvão