Anônimos

Que herói eu devo cantar Poeta?

Cante o anônimo, Menestrel.

Cante-nos.

Pois eis que somos a massa do mundo

e o recheio da utopia.

Cante o velho de longas barbas

que ainda suporta as sombras dos vales.

Cante a puta sem nome,

que toda rua consome.

Cante a operária que costura calças

e sonha com os corpos que vestirá.

Cante o jovem poeta simbolista que planeja,

escreve, berra e acredita na Revolução.

Cante a balconista magra da farmácia na esquina

que vende a cura para os males de amor

e vive a fantasia de ser lavanda e perfume.

Cante-nos, Menestrel! Pois eis que somos os palhaços do Circo

e só nós, entre super-homens que voam, levantam toneladas

e amansam dragões, só nós, podemos errar

Só nós caímos mil vezes. E mil vezes nos levantamos.

(e a plateia ainda aplaude e ainda pede bis).

Cante-nos, Menestrel, pois só nós escrevemos os toscos diários

que compõe a grande epopeia do homem.

Cante-nos Menestrel!

Apenas nós somos os heróis a serem cantados.

Produzido por TAÍS ALBUQUERQUE, no outono de 2013.

Submited by

Miércoles, Junio 5, 2013 - 12:24

Poesia :

Sin votos aún

fabiovillela

Imagen de fabiovillela
Desconectado
Título: Moderador Poesia
Last seen: Hace 8 años 19 semanas
Integró: 05/07/2009
Posts:
Points: 6158

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of fabiovillela

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Videos/Poesía As Cidades e as Guerras - A Canção de Saigon 0 14.368 11/20/2014 - 14:05 Portuguese
Videos/Poesía As Cidades e as Guerras - A Canção de Bagdá 0 17.841 11/20/2014 - 14:02 Portuguese
Videos/Poesía As Cidades e as Guerras - A Canção de Sarajevo 0 15.186 11/20/2014 - 13:58 Portuguese
Poesia/Dedicada Negra Graça Poesia 0 2.058 11/20/2014 - 13:54 Portuguese
Prosas/Otros Rousseau e o Romantismo - Final - O Contrato Social 0 4.059 11/19/2014 - 20:02 Portuguese
Poesia/Dedicada A Pedra de Luz 0 3.049 11/18/2014 - 14:17 Portuguese
Poesia/Amor Chegada 0 2.986 11/16/2014 - 14:33 Portuguese
Prosas/Otros Rousseau e o Romantismo - Parte XIX - A Liberdade Civil 0 3.489 11/15/2014 - 21:04 Portuguese
Prosas/Otros Rousseau e o Romantismo - Parte XVIII - A teoria da Vontade Geral 0 5.079 11/15/2014 - 21:01 Portuguese
Poesia/Dedicada Partidas 0 2.765 11/14/2014 - 15:13 Portuguese
Prosas/Otros Rousseau e o Romantismo - Parte XVII - A transição para a Liberdade Civil 0 4.743 11/14/2014 - 14:06 Portuguese
Poesia/Amor Diferenças 0 1.940 11/13/2014 - 20:25 Portuguese
Prosas/Otros Rousseau e o Romantismo - Parte XVI - A Liberdade Natural 0 3.187 11/12/2014 - 13:46 Portuguese
Poesia/Amor Tramas 0 2.490 11/11/2014 - 00:47 Portuguese
Poesia/General A mulher que anda nua 0 3.006 11/09/2014 - 15:08 Portuguese
Prosas/Otros Rousseau e o Romantismo - Parte XV - Emílio e a pedagogia rousseauniana 0 8.356 11/09/2014 - 14:21 Portuguese
Prosas/Otros Rousseau e o Romantismo - Parte XIV - A transição para o Estado de Civilização 0 2.693 11/08/2014 - 14:57 Portuguese
Prosas/Otros Rousseau e o Romantismo - Parte XIII - O homem no "Estado de Natureza" 0 3.671 11/06/2014 - 21:00 Portuguese
Prosas/Otros Rousseau e o Romantismo - Parte XII - As Artes e as Ciências 0 1.946 11/05/2014 - 18:47 Portuguese
Prosas/Otros Rousseau e o Romantismo - Parte XII - A Religião 0 4.950 11/03/2014 - 13:58 Portuguese
Poesia/General Os Finados 0 1.242 11/02/2014 - 14:39 Portuguese
Prosas/Otros Rousseau e o Romantismo - Parte XI - O amor e o ódio 0 3.409 11/01/2014 - 14:35 Portuguese
Poesia/General A Canção de Bagdá 0 2.758 10/31/2014 - 14:04 Portuguese
Prosas/Otros Rousseau e o Romantismo - Parte X - As grandes linhas do Pensamento rousseauniano 0 2.666 10/30/2014 - 20:13 Portuguese
Prosas/Otros Rousseau e o Romantismo - Parte IX - A estada na Inglaterra e a desavença com Hume 0 3.007 10/29/2014 - 13:28 Portuguese