Versos molhados

Esperas uma laudatória,
chuva destemperada?

Interrompeste a despedida,
os voos do poema lançado às gaivotas,
os areais intumescidos
mais parecendo terra calcada.
Os montes ansiando os raios tépidos,
do sol que os alimenta,
consentem feridas abertas por ti sulcadas.

E os guarda-chuvas?
Ainda cheiravam a mofo,
memórias da última estação.
O meu jardim ficou sem verão
vazio do confortável mobiliário.
As rosas tremem de frio
e envergonham sua nudez.

E o colorido?
Ainda não avistei o tom amarelecido
de acastanhado fundido
nas folhas que caíam atrevidas
nos meus cabelos arruivados.

Se te perdoo?
Em nome dos deuses das colheitas
e de Santa Bárbara, a das trovoadas…
Talvez!
Mas sei que as pedras de diamantes brutos
empalideceram no granizo que congelou almas
e os céus choraram antes de tempo…

OF- 08-10-14

Submited by

Jueves, Octubre 9, 2014 - 00:52

Poesia :

Sin votos aún

Odete Ferreira

Imagen de Odete Ferreira
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 5 años 48 semanas
Integró: 01/11/2011
Posts:
Points: 1924

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Odete Ferreira

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Desilusión Desmoronamento 0 1.781 01/23/2011 - 04:55 Portuguese
Poesia/Fantasía Manhã tardia 0 1.858 01/21/2011 - 03:47 Portuguese
Poesia/Meditación Estado de alma 0 2.815 01/21/2011 - 03:41 Portuguese
Poesia/Desilusión Desabafo mal sentido 0 2.314 01/21/2011 - 03:38 Portuguese
Poesia/Fantasía Outra vida 2 2.240 01/19/2011 - 22:51 Portuguese
Poesia/Intervención Protesto 2 1.244 01/19/2011 - 22:46 Portuguese
Poesia/Fantasía Corpo e alma 3 2.226 01/19/2011 - 20:32 Portuguese
Poesia/Pensamientos Retrospectiva 0 1.867 01/19/2011 - 19:12 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditación Contemplação 0 2.051 01/19/2011 - 18:45 Portuguese
Poesia/Amistad Rostos 0 2.311 01/19/2011 - 02:09 Portuguese