Versos molhados

Esperas uma laudatória,
chuva destemperada?

Interrompeste a despedida,
os voos do poema lançado às gaivotas,
os areais intumescidos
mais parecendo terra calcada.
Os montes ansiando os raios tépidos,
do sol que os alimenta,
consentem feridas abertas por ti sulcadas.

E os guarda-chuvas?
Ainda cheiravam a mofo,
memórias da última estação.
O meu jardim ficou sem verão
vazio do confortável mobiliário.
As rosas tremem de frio
e envergonham sua nudez.

E o colorido?
Ainda não avistei o tom amarelecido
de acastanhado fundido
nas folhas que caíam atrevidas
nos meus cabelos arruivados.

Se te perdoo?
Em nome dos deuses das colheitas
e de Santa Bárbara, a das trovoadas…
Talvez!
Mas sei que as pedras de diamantes brutos
empalideceram no granizo que congelou almas
e os céus choraram antes de tempo…

OF- 08-10-14

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Jueves, Octubre 9, 2014 - 00:52

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Odete Ferreira

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