OCULTO

Oculto

O oculto da sabedoria,

Não cabe num só dia,

É uma imensidão infinita,

E na mente é tão restrita.

Eu julgava que sabia,

As coisas que cabem num dia,

É um julgamento ignorante,

Mais pequeno que um instante.

Um instante é eternidade,

Ou um lapso do nada,

A sabedoria não tem dimensão,

Mas começa sempre no chão.

 Eu piso o chão sem ligar,

Mas dá muito que pensar,

No chão é o princípio,

Do auge ou do precipício.

O oculto tem grande saber,

Se não sei não posso perder,

É tão grande a ignorância,

Não tem medida da distância,

O que está fora do oculto,

Eu posso saber e consulto,

É tão pequeno o meu saber,

Do tanto que há para aprender.

O oculto é misterioso,

O seu saber é muito idoso,

Desconheço a sua idade,

Do saber fico com a vontade.

O oculto está no tempo,

Neste imenso firmamento,

Não tem distância nem fim,

E nada fica para mim.

O oculto não tem essência,

Não cabe na minha sapiência,

É um mistério desconhecido,

Que nunca será percebido.

Tavira, 24 de Fevereiro de 2012-Estêvão