K., onze anos, apedrejada


Acautelem-se! É preciso!
Pois eis que de novo ruge
o Minotauro da Inquisição,
pelos labirintos da estupidez humana.

Acautelem-se! É preciso,
pois eis que de novo as harpias berram
maldições eternas e castigos celestes.

Acautelem-se! Pois eis que pseudos salvadores,
de mentes e almas sujas, pelo mais sujo cinza,
temem as cores do mundo e  as do Arco-Íris
e burlam, despudorados, os pobres de espírito.

Acautelem-se! Pois eis que a legião
dos falsos arautos da santa hipocrisia
(a quem nenhum dízimo sacia)
ladram e urram pela posse do sagrado,
como se apenas deles,
fosse o Verbo falado.

Acautelem-se, todos!

Pois eis que em breve,
das palavras às fogueiras passarão.
Como César, ao atravessar o Rubicão.

Homenagem pouca à menina K, 11 anos de idade, apedrejada no Rio de Janeiro, por evangélicos fundamentalistas, por estar vestida conforme a tradição de sua religião, o Candomblé.

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Enviado por Lettre la Art et la Culture em 20/06/2015
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Lunes, Junio 22, 2015 - 14:26

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