NÃO TEM MAIS FESTA

Há muito tempo, num terreno baldio,
onde o mato lá crescia,
assisti uma grande festa.

Muitos insetos, sapos e mariposas,
de noite, cantavam e bailavam.
ao som ensurdecedor.

Rãs, cobras, grilos, gafanhotos,
e uma infinidade de outros seres,
habitantes do capinzal,

muito alardeavam,
uns felizes, outros nem tanto,
pois disfarçavam suas mágoas

em estridentes e ruidosos cantos,
em contraste com a calada da noite.
Continuei caminhando, e os sons

foram ficando cada vez mais fracos,
e, finalmente, a distância os calou.
Hoje, muitas vezes, por ali, eu passo,

mas nada mais ouço, nem gritos,
vozes ou soluços,
nenhum som, só homem e vultos,

tudo é tão bruto,
não há mais festa, só pedras, viadutos,
o baile acabou, eu nada escuto.

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Lunes, Enero 30, 2017 - 03:40

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RobertoEstevesdaFonseca

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