VIOLEIRO

Uma viola solitária por si só,
Não faz nenhum som, nenhum Dó.
Mas nas mãos ágeis do violeiro
Que dedilha habilidoso e lisonjeiro,
Toca a alma, o som e a melodia,
Doces notas de amor e poesia.

E toca, toca sem dó violeiro.
Não, toca com Dó, com Ré, com Mi,
Toca as palavras que descrevo aqui.
Sinta o dedilhar da viola chorosa,
Debruçada em seu peito, toda prosa,
Ela ecoa a sua dor, seu amor e alegria,
Ecoa o som da sua alma em sintonia.

Feliz daquele que pode ouvir o som da viola.
Desde o corte da madeira até a corda.
E corta, encordoa, lixa e plaina,
Afina, pinta, cola e arranha.
E dedilha com Dó, com Ré com Mi,
Toca as palavras que descrevo aqui.

Toca, toca violeiro sua viola  brejeira,
Espalha teu canto e a melodia ligeira,
E toca, toca sem dó.
Não, toca com Dó, com Ré, com Mi,
Toca com a alegria que descrevo aqui!

                                                José Roberto Felix