POR QUE CANTAM AS CIGARRAS - Gil Bertho Lopes
Naquele entardecer de domingo
Brilhava no mar o astro dourado
Um raio de luz clara...
O sol constante...
O sol queimava e o canto da cigarra aturdia
Um canto perdido entre o arvoredo da velha casa da praia
A cigarra em campo aberto, feliz com a vizinhança do mar
Onde eu costumava entreter-me de manhã à noite
De quando em quando, levantava a mãozinha enluvada para esfregar os olhos
Um olho celeste-aveludado que piscava com doçura
Sentindo minha presença, silencia
A visitante deslocando-se para um galho mais alto
Insistia em falar de si começando um novo chiado
Desta vez mais estridente
Uma beleza que se encerra para a festa permanente dos sentidos
Todos os dias, ao entardecer, lá estava
No vazio deslumbrante
Da longa e fadigante tarde de verão
O contínuo e ininterrupto estridular das cigarras.
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Comentarios
Re: POR QUE CANTAM AS CIGARRAS - Gil Bertho Lopes
GilBerthoLopes, o estridular das cigarras nunca são percebidos deste jeito e você foi sensível o suficiente para poetizá-lo assim.
Muito bom,
Alcantra.
Re: POR QUE CANTAM AS CIGARRAS - Gil Bertho Lopes
Um poema/conto que nos leva a sorrir, que deslumbra pela sua simplicidade e rara beleza
Gostei mto
Abraço
Re: POR QUE CANTAM AS CIGARRAS - Gil Bertho Lopes
Linda imagem pintei na tela da minha mente com tão lindas palavras escrita por ti...
:-)
Re: POR QUE CANTAM AS CIGARRAS - Gil Bertho Lopes
Imagens deslumbrantes me trazem os seus poemas...
Um cato que vem de longe, tão sedutor
Bjs
Dolores
Re: POR QUE CANTAM AS CIGARRAS - Gil Bertho Lopes
Caro GilBertho, intercolutores espaciais das cigarras, somos o contra-ponto do chiado: o entardecer anunciado e a presença intempestiva (?) do que já fomos. Mesmo que seja domingo. Abraços e parabéns pelo texto. Pedro.