Tudo
Tudo tão nefasto, tão profundo
Tão silencioso
Como o oceano a perder de vista
Tão trágico
Na alegria do cego perdido
Tudo escuro, tão surreal
Como o pássaro que voa na alvorada
De uma solidão qualquer
Tudo tão estranho, tão assustador
Como a estrela vermelha de uma bandeira
Que não tremula no vento leste
Daquela tristeza intrínseca
Tudo tão caótico, tão sério
Como o marinheiro olhando o imenso vazio
Do qual está prestes a desbravar
Sem saber se um dia retornará
Tudo tão alegre, tão feliz
Como o passear de um ancião
Ante a correria de uma criança
Em uma praça qualquer
Tudo tão encantador, tão fugaz
Como o sorriso da donzela
Que não descobriu o amor
E nem por ele foi amaldiçoado
Tudo tão perfeito, tão certo
Como a brisa da manhã
Depois de uma longa noite de agonia
Do jovem solitário
Tudo tão apaixonado, tão louco
Como o lobo na estepe
Espreitando a presa ao longe
Sem saber que está sendo vigiado
Tudo é tão sem noção na vida
Sem sentido algum
Que apago de minha memória
Tudo aquilo que me fez sofrer
Tudo faz sentido
Quando olhamos no espelho
E não conseguimos enxergar o horizonte
Que nunca, em tempo algum, existiu.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
Submited by
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 3339 reads
other contents of Odairjsilva
Tema | Título | Respuestas | Lecturas | Último envío | Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Amor | Tal qual um peregrino | 1 | 2.536 | 05/15/2009 - 21:20 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | Deserto | 3 | 3.437 | 05/14/2009 - 08:53 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Coração Sólido | 1 | 2.727 | 05/05/2009 - 12:24 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Incertezas | 1 | 1.942 | 04/30/2009 - 18:35 | Portuguese | |
Poesia/General | Regresso | 1 | 1.765 | 04/29/2009 - 23:34 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Razão de amar | 2 | 1.882 | 04/28/2009 - 17:36 | Portuguese | |
Poesia/Amor | O Grito | 1 | 1.362 | 04/22/2009 - 23:35 | Portuguese |
Add comment