O atroz encanto de ser idiota
Agora ele fica em silêncio e se recusa abrir a boca
Quer parecer um mártir
De que adianta tudo isso agora?
Poderia proferir os seus berros demoníacos
Gritar as asneiras que extravasa o tempo todo
Agora é a hora de mostrar o quanto é um imbecil.
Os olhos estão curvados
Olha o chão onde pisa com o asco de uma mente doentia
E não dá ouvidos aos horrores dos choros e gemidos
Dos que foram por ele destroçados sem piedade.
Qual a figura de um monstro do medievo
Que poderíamos simplesmente ver desaparecer
Sem sentirmos falta alguma.
Provoca o ódio dos inimigos
E não se pode dizer que tem amigos,
Aproveitadores talvez.
Esse atroz encanto de ser idiota
Que cativa admiradores tão ou mais imbecis que ele.
Por que ousa molestar o mundo inteiro?
Deixe as pessoas viverem
Não tirem delas o sonho mais puro de se viver.
Não tem elas direito a vida?
Esse idiota não sabe disso?
Ossos são expostos das fraturas que não serão mais curadas
E ouvidos são estourados por tantas besteiras ditas
Por um atroz idiota que não quer se calar.
Nunca mais?
Essa é a pergunta que perturba minha mente
Como fazer para não errarmos nunca mais?
Agora não adianta mais o seu silêncio
As vítimas já estão esparramadas pelo chão
E são pisoteadas por um rolo compressor
Formando as bases de uma sociedade
Tão idiota como esse animal ensandecido.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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