Os devaneios de um caminhante solitário

Nem mesmo as pedras do caminho podem me fazer parar
De meus olhos marejados de tristeza
Eu escondo uma dor terrível que tomou conta do coração
Quando não mais pude ver a beleza de seus olhos.
Um caminhante solitário vaga sem rumo
Na imensidão desta estrada que parece não ter fim
Em sua mente desfila as agruras da vida sofrida
E as lembranças de um amor que já não existe mais.
Como tudo pode ter chegado ao fim
Quando a felicidade já parecia tão real em mim?
Sentirei a saudade que tortura-me nas madrugadas
Como o uivo estridente do último lobo vivo.
Não sinto meus pés que agora sangram
Pois estão rasgados pelas pedras pontiagudas do caminho
E meus braços são rasgados pelos espinhos
Que circundam as folhagens a minha volta.
Sinto o calor da jornada se intensificar
Na medida em que percorro cada palmo de chão
Não há mais esperança para os olhos cansados
Que enfrentam a angústia do abandono premeditado.
Esse caminhante solitário que percorre este maldito caminho
Outrora foi um venturoso cavalheiro nas cortes.
Traído pelos seus sentimentos deixou-se conduzir
Para um caminho de abandono total sem esperança.
Não fale de amor para ele e nem cante suas canções
Seus ouvidos já não as suportariam como antes.
Deixe-o descansar quando quiser em uma sombra
E afogar em suas mágoas que teimam em corroer-lhe o coração.
No fundo pode ser que é isto mesmo que mereça
Depois de tudo que constantemente fizera.
Arrebatar em suas mãos os corações
E deixá-los serem roubados sem piedade.

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

www.odairpoetacacerense.blogspot.com

Submited by

Jueves, Agosto 6, 2020 - 19:22

Poesia :

Sin votos aún

Odairjsilva

Imagen de Odairjsilva
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 14 horas 19 mins
Integró: 04/07/2009
Posts:
Points: 19408

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Odairjsilva

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Pensamientos O sentido corrompido 7 306 06/16/2025 - 18:55 Portuguese
Poesia/Alegria Cada livro na estante 7 375 06/15/2025 - 14:46 Portuguese
Poesia/Pensamientos Um tipo de silêncio 7 744 06/14/2025 - 14:55 Portuguese
Poesia/Desilusión A ausência revela 7 424 06/13/2025 - 19:49 Portuguese
Poesia/Intervención Antes do começo 7 485 06/12/2025 - 18:41 Portuguese
Poesia/Intervención O silêncio nas engrenagens 7 485 06/11/2025 - 19:04 Portuguese
Poesia/Dedicada É preciso andar devagar em Cáceres 7 588 06/10/2025 - 22:30 Portuguese
Poesia/Meditación Por mil anos 7 496 06/10/2025 - 18:40 Portuguese
Poesia/Intervención De olhos bem fechados 7 476 06/09/2025 - 19:52 Portuguese
Poesia/Desilusión Tão sozinho 7 466 06/08/2025 - 14:58 Portuguese
Poesia/Amor O amor não responde perguntas 7 582 06/07/2025 - 21:44 Portuguese
Poesia/Desilusión Não sei dizer adeus 7 631 06/06/2025 - 23:39 Portuguese
Poesia/Meditación Nem tudo é loucura 7 3.204 06/06/2025 - 02:41 Portuguese
Poesia/Pasión Suavemente 7 552 06/05/2025 - 22:40 Portuguese
Poesia/Amor Quando a noite me leva até você 7 489 06/04/2025 - 18:50 Portuguese
Poesia/Pasión Esse amor silencioso que sinto 9 780 06/04/2025 - 18:49 Portuguese
Poesia/Desilusión Estar perdido 7 634 06/02/2025 - 22:25 Portuguese
Poesia/Desilusión Decadência 7 585 06/01/2025 - 14:01 Portuguese
Poesia/Pensamientos O eco dos esquecidos 7 1.081 05/30/2025 - 21:52 Portuguese
Poesia/Amor Quem ama de novo 7 670 05/29/2025 - 23:13 Portuguese
Poesia/Meditación Nem todo labirinto 7 688 05/29/2025 - 19:07 Portuguese
Poesia/Meditación Invisível 7 600 05/28/2025 - 18:25 Portuguese
Poesia/Meditación Prefiro fugir da zona de conforto 7 551 05/27/2025 - 19:21 Portuguese
Poesia/Amor Tão profundo como os mistérios do mar 7 785 05/27/2025 - 00:54 Portuguese
Poesia/Intervención Uma geração que não pensa 9 396 05/27/2025 - 00:45 Portuguese