Da usurpação

DA USURPAÇÃO
Eu tenho escrito como um condenado
A toda uma vida inda por viver —
Não só a porção que me coube sofrer
Mas os gritos por todos sufocados!

Tenho temido mesmo adormecer
Devido a tudo que tenho sonhado —
No verso do útero crucificados
Bebês que abortei para outros prover!

Pois bem, horrorizai! que jaz aí o poeta,
Arregaçada a carcaça repleta
De tudo o que se cria mudo e esquecido

A fim de conceber a obra seleta
Da mortes que por vós se vivido
Contra a vida que sós se tem morrido!

Maio de 2020, Olinda

Autor: Adolfo J. de Lima.

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Viernes, Octubre 30, 2020 - 18:35

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Comentarios

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Jaz aí o Poeta!

Enviado por Odairjsilva el Sáb, 11/13/2021 - 11:37.

Que maravilha meu nobre amigo. Sinceramente, gostei imensamente de ler-te. Abraços poéticos!!!

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