O velho poeta sente saudades

O olhar indiferente às tecnologias deste tempo
Imagina um tempo não tão distante
Em que contemplava as folhas amarelas
Que caiam das árvores e eram levadas pelo vento
Enquanto seus olhos viam o silêncio
Desenhar uma nova melodia no ar sempre tão promissor.

As canções brotavam de sua mente
Utopias de dias vindouros
Onde haveria liberdade de expressão nas palavras
E nos gritos nos muros das cidades
E não apenas o silêncio dos excluídos
Abandonados a própria sorte de uma vida miserável.

Perdido em pensamentos e sentado em um banco de jardim
O velho poeta sente saudades
De tudo que um dia lhe fez escrever seus poemas
Que foram eternizados pelo tempo.

Onde estão aqueles olhos que nem lembra mais a cor
O brilho de um luar tão sedutor
Como o olhar de uma donzela
Que corria graciosa pela calçada
Como se o mundo a pertencesse
A melodia que ouvia na penumbra do seu quarto
E vinha da janela vizinha.

Um tempo que escorreu pelos seus dedos
Levando as lembranças
De palavras que não conseguiu registrar.
Alguns rostos passaram diante de seus olhos
E não lembra bem como eram
Os vultos, como fantasmas, o fazem recordar
Que cada um levava consigo uma história única.

Agora o velho poeta sente as dores do tempo
Depois de passar pelos clássicos gregos e latinos
E deleitar-se nos versos inspiradores dos sonhadores
Deixa-se recolher mansamente
Como o entardecer que se aproxima
E sabe que apenas o sonho nunca morrerá.

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

www.odairpoetacacerense.blogspot.com

Submited by

Jueves, Septiembre 9, 2021 - 00:31

Poesia :

Sin votos aún

Odairjsilva

Imagen de Odairjsilva
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 3 horas 55 mins
Integró: 04/07/2009
Posts:
Points: 18770

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Odairjsilva

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Fantasía Intimidade 2 5.494 07/13/2010 - 04:35 Portuguese
Poesia/Fantasía Beleza rara 1 2.029 07/05/2010 - 21:07 Portuguese
Poesia/Meditación Lágrimas 1 3.876 06/24/2010 - 20:53 Portuguese
Poesia/Meditación Cadáveres ambulante 1 15.100 06/23/2010 - 20:21 Portuguese
Poesia/Desilusión Estranha sensação 1 3.201 06/22/2010 - 20:10 Portuguese
Poesia/Dedicada Os poetas não morrem (Homenagem à Saramago) 1 1.416 06/18/2010 - 21:57 Portuguese
Poesia/Amor Não espere eu ir embora 1 2.834 06/18/2010 - 21:53 Portuguese
Poesia/Canción Que esse amor aconteça 1 2.164 06/07/2010 - 19:43 Portuguese
Poesia/Amor Nos meus sonhos estou a te amar 3 1.887 06/06/2010 - 15:02 Portuguese
Poesia/Pensamientos De que loucura falamos? 1 1.683 05/30/2010 - 04:15 Portuguese
Poesia/Amor Hoje sei que só quero o seu amor 1 2.712 05/20/2010 - 22:01 Portuguese
Poesia/Tristeza Cativo às amarras da saudade 1 1.514 05/12/2010 - 20:42 Portuguese
Poesia/Amor Pensar em Você 1 5.242 05/09/2010 - 15:33 Portuguese
Poesia/Amor Sei que existe amor 2 2.871 05/06/2010 - 21:02 Portuguese
Poesia/Desilusión Onde estão os passos dela? 2 1.083 05/01/2010 - 17:27 Portuguese
Poesia/Amor Descrição 2 1.828 04/29/2010 - 22:30 Portuguese
Prosas/Pensamientos Cidade sem Cabaré 1 6.251 04/29/2010 - 21:35 Portuguese
Poesia/Pasión Sonhos ao Luar 3 2.125 04/28/2010 - 18:57 Portuguese
Poesia/Pasión Inexplicável Força da Paixão 2 3.390 04/25/2010 - 17:16 Portuguese
Poesia/Amor Sentimento Inexplicável 3 2.741 04/22/2010 - 22:50 Portuguese
Poesia/Desilusión Nossos Momentos 1 2.249 04/20/2010 - 01:28 Portuguese
Poesia/Meditación Miragens no Horizonte 1 1.972 04/15/2010 - 05:03 Portuguese
Prosas/Pensamientos As razões de me tornar um criminoso 1 4.955 04/12/2010 - 22:15 Portuguese
Poesia/Tristeza Onde Os Fracos Não Têm Vez 2 6.526 04/12/2010 - 15:41 Portuguese
Poesia/Tristeza Um Estranho no NInho 2 3.761 04/06/2010 - 17:29 Portuguese