A última armadilha do olhar
Em meio a um exaustivo dia
Um repentino e doentio cansaço
Me faz dar uns poucos passos
No desespero da ilusão
Pintada pelos meus próprios olhos.
Em meio a uma cegueira cruel
Ouço uma risada encantadora
Ouço passos macios
E cabelos levados pelo vento.
Os olhos se abre lentamente
E deslumbra diante de si
O corpo envolto em um fino véu transparente
De uma mulher singela a desfilar
Como se fora a passarela dos sonhos.
Eu jamais vi uma mulher como essa
De beleza tão estonteante
A ponto de cegar os meus olhos com seu brilho.
Com um leve sorriso no rosto
Que mais parece a visão do paraíso
Ela pede para olhar suas tranças,
Seus lábios e seu corpo singelo
E pergunta se a acho bonita
Como o amanhecer surgindo na primavera
Respondo juntamente ao suspiro do coração
Você pode então me seguir
Ela lança a indagação no ar
Eu a seguirei...
Até que a eternidade termine em mim
Sem saber que meus passos me levavam
A última armadilha do coração!
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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