Praga daninha

Sentinelas de um tempo indescritível
Sombras no amanhecer
Dias nublados quase infinitos
Dúvidas que pairam sobre as cidades
Arranha-céus que cambaleiam na imensidão.

Não se fala em dias tenebrosos
Se vivem na escuridão de noites trágicas
Nos bares lotados nas madrugadas
Não se percebem o gosto amargo da desilusão
Porque o vinho dispersa os sentidos.

Nas favelas os bailes funks
Nos centros o sertanejo universitário
Nos viadutos o silêncio do frio
O crepitar das folhas de jornais queimando
Ou apenas mais uma lata de lixo sendo revirada.

O que pode fazer sentido neste mundo
Quando os olhos estão fechados para a realidade?
Quando acreditam que tudo está bom
Que nunca houve tempo tão promissor
Como o que estamos vivendo na modernidade.

Cale essa boca maldita! - Exclama alguém
Se não consegue ver as coisas boas da vida!
Não se pode calar a voz para as injustiças
Não se pode fechar os olhos para as desigualdades
Porque então se poderia calar a voz da revolta?

Pode continuar sua jornada se isso não te afeta
Pode seguir o seu caminho e ignorar
Só não diga que tudo está bom
Quando milhares de pessoas não tem o que comer
E suas barrigas roncam tão alto quanto os tiros de canhões.

O mundo tornou-se um ambiente hostil
O ser humano é uma praga daninha
Que desmata sem escrúpulos e arranca do solo a esperança
Que queima até a última árvore
Sem pensar nas gerações que poderiam existir depois.

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

www.odairpoetacacerense.blogspot.com

Submited by

Domingo, Octubre 2, 2022 - 13:59

Poesia :

Sin votos aún

Odairjsilva

Imagen de Odairjsilva
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 9 horas 40 mins
Integró: 04/07/2009
Posts:
Points: 19082

Comentarios

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Odairjsilva

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Prosas/Otros Cáceres 231 anos! 0 3.421 11/18/2010 - 23:51 Portuguese
Prosas/Pensamientos Falando de Saudades 0 12.715 11/18/2010 - 23:51 Portuguese
Prosas/Pensamientos Em Busca do Elo Perdido: Ou Uma Aventura na Noite Cacerense 0 13.161 11/18/2010 - 23:48 Portuguese
Prosas/Contos A Igreja do Diabo 0 6.329 11/18/2010 - 23:48 Portuguese
Prosas/Ficção Cientifica Juan, o boliviano 0 7.678 11/18/2010 - 23:48 Portuguese
Prosas/Contos A Filha do Caseiro 0 8.092 11/18/2010 - 23:48 Portuguese
Poesia/Amor Inevitável sentimento 0 1.661 11/18/2010 - 16:41 Portuguese
Poesia/Desilusión Percepção 0 1.786 11/18/2010 - 16:41 Portuguese
Poesia/Amor Poema de amor depois do amor 0 1.876 11/18/2010 - 16:40 Portuguese
Poesia/Tristeza Saudades de Você 0 4.071 11/18/2010 - 16:39 Portuguese
Poesia/Fantasía Loira dos meus sonhos 0 5.689 11/18/2010 - 16:39 Portuguese
Poesia/Pasión Sereia 0 2.233 11/18/2010 - 16:38 Portuguese
Poesia/Desilusión Seus olhos, uma ilusão 0 3.074 11/18/2010 - 16:37 Portuguese
Poesia/Meditación Existência de vidas desoladas 0 4.562 11/18/2010 - 16:32 Portuguese
Poesia/Meditación Toda puta mora longe 0 4.229 11/18/2010 - 16:22 Portuguese
Poesia/Desilusión Outra em seu lugar 0 1.653 11/18/2010 - 16:21 Portuguese
Poesia/Amor Viver 0 3.140 11/18/2010 - 16:12 Portuguese
Poesia/Desilusión O Sorriso e as Lágrimas - 2º poema 0 2.398 11/18/2010 - 16:09 Portuguese
Poesia/Desilusión Onde escondo a minha dor 0 2.243 11/18/2010 - 16:09 Portuguese
Poesia/Pasión Foi assim 0 2.433 11/18/2010 - 16:09 Portuguese
Poesia/Canción Coração de Serpente 0 4.027 11/18/2010 - 16:08 Portuguese
Poesia/Pasión A flor do meu jardim 0 4.488 11/18/2010 - 16:07 Portuguese
Poesia/Desilusión Sem despedida, saio da sua vida 0 1.952 11/18/2010 - 16:06 Portuguese
Poesia/Dedicada Lucinéia 0 6.401 11/18/2010 - 16:00 Portuguese
Poesia/Erótico Erótico e Sensual 0 6.078 11/17/2010 - 23:51 Portuguese