Sangue nas calçadas

Um alto preço é preciso pagar
Se queres a liberdade viver
Não se pode nem dormir em paz
Porque deveras será espancado
A violência já faz parte do cotidiano
Em uma sociedade hipócrita e preconceituosa.

Espanca-se o negro no terminal rodoviário
A trans no regresso para casa
A mulher dentro da sua própria casa
E os espancadores, quase sempre,
São "homens de bem", conservadores
Detratores e violentos
Que se acham donos da razão.

Há um silêncio na sociedade
Um silenciamento das vozes inquietas
Não se pode falar contra esse sistema arcaico
Contra esse fanatismo ideológico
Que corrói a sociedade como um câncer
Que invade as casas e arrastam os inocentes
Porque a cor de sua pele é diferente.

Há sangue nas calçadas
Lágrimas silenciadas nas casas da periferia
Onde mais um filho não retornou
Por causa de uma bala "perdida"
Nos confrontos de policiais e traficantes
E temos que acreditar nas versões oficiais
Nos dados das autoridades.

Triste momento de nossa história
Onde o sacrifício é real
Onde temos hora de acordar para trabalhar
Mas não sabemos se vamos voltar
O mundo lá fora é assustador
Mas se ficarmos aqui dentro vamos morrer
Porque a fome não espera e não tem compaixão.

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

www.odairpoetacacerense.blogspot.com

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Jueves, Diciembre 29, 2022 - 14:42

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