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Solidão em dias comuns

Há um silêncio que pesa no ar, 
Um vazio que ecoa na sala vazia. 
O relógio, com seu tique-taque a lembrar, 
Parece zombar dessa longa monotonia. 
 
A janela emoldura o mesmo cenário, 
O céu cinzento, a rua deserta. 
O tempo se arrasta, num tom ordinário, 
E o dia se desfaz, como poeira incerta. 
 
Os móveis guardam memórias antigas, 
Vozes perdidas em outra estação. 
Mas hoje, tudo é sombra e fadiga, 
Uma dança lenta nessa triste solidão. 
 
Tento buscar em livros, em canções, 
Algo que afaste esse peso no peito, 
Mas o vazio, em suas proporções, 
Preenche o espaço e tudo é desfeito. 
 
Dias comuns são sempre assim, 
Uma angústia que permeia o coração. 
Como se tudo não mostrasse o fim, 
Do amor que estava naquela canção. 

 
 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

www.odairpoetacacerense.blogspot.com

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sábado, novembro 9, 2024 - 04:08

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