O espectro da solidão
No silêncio tenta se esconder
Não deseja nem que ouça sua respiração
Não perturbe a sua inquieta alma
E nem permita que interrompa o seu momento
Porque de nada adianta lutar sozinho
O mundo sempre será um lugar solitário
Onde a alma estará em lamentos
Por não saber o que encontrar no labirinto
Na existência que clama na escuridão.
Acaba com essa dor, por favor
É o clamor que se pode ouvir na penumbra
Um espectro aterrorizante rompe o silêncio
Causa calafrios indescritíveis
E medo por não saber o que fazer
Em situações assim nada tem explicação
Não há nenhuma lógica
Apenas o silêncio na escuridão da alma
Que procura uma saída desse labirinto.
A causa de tudo isso acontecer
Foi acreditar que dessa vez poderia ser diferente
Quando na verdade nunca é
O que aconteceu ontem tornará acontecer amanhã
Pois essa é a regra primordial da ilusão
A miragem no deserto que não pode ser desvendada
O enigma da esfinge que não será decifrada
Porque o coração sempre tem a tendência absurda
De acreditar no que não irá acontecer
No milagre que a mente projeta
Como se fosse possível caminhar sobre as nuvens.
Pare um pouco e perceba a sua volta
O que os seus olhos estão a contemplar
Que não seja apenas o espectro da solidão?
E muitos ainda acreditam que são grandes coisas
Que poderão um dia deixar suas marcas na eternidade
Quando, na verdade, não passam de pequenos medíocres
Que apenas sabem viver como parasitas
Em uma sociedade que não tem nada mais a oferecer.
Estão querendo calar a minha voz
Dizem que não posso ficar falando essas coisas
Que isso causa constrangimento
Desconforto em mentes ociosas que desejam a tranquilidade
E eu simplesmente os aborreço
Não quero nem saber o que estão dizendo
Apenas continuarei a minha jornada
Com minha marreta feita do mais duro metal
Esmiuçar as mentes medíocres que encontro pelo caminho.
Poema: Odair José, Pota Cacerense
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