Incoerência fantasiosa absurda

Tudo é uma ficha a ser preenchida 
No calor de um verão escaldante 
Ou em uma manhã gélida e tórrida 
Quando não se sabe muito bem o destino 
E a porta parece estar sempre trancada 
Para que ninguém saiba o que tem do outro lado. 

Uma civilização lá embaixo grita 
Acenam com suas mãos levantadas para que pulem 
Mas quem olha do alto parece ver apenas o abismo 
Com sua bocarra totalmente escancarada 
E não se sabe se alguém conseguiu voltar de lá 
Porque todas as almas ficaram no esquecimento. 

No alto de uma torre uma antena parabólica 
Parece estar de ouvidos abertos ao infinito 
Buscando saber as últimas informações 
Que saem das salas secretas do submundo 
Com as coordenadas das bombas atômicas 
Que haverá de varrer o planeta um dia. 

Uma moça com seu fone de ouvido e olhar fixo na tela 
Não percebem o furo no acento do ônibus 
Quando saiu para trabalhar nesta manhã 
E nem os olhares maliciosos de alguns homens 
Enquanto ela se sentava despercebidamente 
Para que pudesse chegar em seu local de trabalho. 

Pode-se perceber uma certa mediocridade cosmopolita 
Nas classes médias que perambula pela cidade 
E um coma profundo nos rostos pálidos do proletariado 
Que revela uma angústia velada nas faces felizes 
Que estão estampadas nas páginas das redes sociais 
Revelando uma incoerência fantasiosa absurda. 

Alguém até pensa que na próxima esquina 
Encontrará algo melhor do que o que viu até agora 
Mas tudo não passa de um ledo engano superficial 
De uma geração que já não consegue enxergar 
Nem mesmo um palmo diante dos seus narizes 
Atolados que estão nas telas de seus smartphones. 

Tecnologias que possibilita o estabelecimento 
De mentiras cotidianas para mascarar a realidade 
Tudo é fabricado para enganar e ludibriar 
Os que desejam apenas uma falsa sensação de felicidade 
E são contemplados com as propagandas comerciais 
De mentiras que possam realizar os seus sonhos. 

Esse pode ser apenas um discurso de um cara comum 
E você pode ignorar completamente 
Não me importo de jeito nenhum com isso 
Mas a realidade além das aparências 
Um dia ou outro há de ser esclarecida para todos 
Porque é assim que a vida segue o seu curso.
 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

www.odairpoetacacerense.blogspot.com

Submited by

Viernes, Abril 19, 2024 - 20:25

Poesia :

Sin votos aún

Odairjsilva

Imagen de Odairjsilva
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 9 horas 6 mins
Integró: 04/07/2009
Posts:
Points: 19516

Comentarios

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Odairjsilva

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Pensamientos Por aqui 7 1.064 05/10/2025 - 21:59 Portuguese
Poesia/Desilusión O rosto nu do coração 7 567 05/10/2025 - 14:55 Portuguese
Poesia/Meditación Dor sem palavras 7 382 05/09/2025 - 23:00 Portuguese
Poesia/Meditación O que buscas? 7 988 05/09/2025 - 01:15 Portuguese
Poesia/Meditación O último suspiro 7 582 05/06/2025 - 20:01 Portuguese
Poesia/Pensamientos Viver é mais que existir 7 1.142 05/05/2025 - 19:09 Portuguese
Poesia/Desilusión Saudade, ciúme e desespero 7 1.054 05/05/2025 - 03:45 Portuguese
Poesia/Desilusión Febre mansa 7 937 05/04/2025 - 14:00 Portuguese
Poesia/Desilusión Esperança e vontade 7 379 05/03/2025 - 13:56 Portuguese
Poesia/Intervención O que realmente importa? 7 3.341 05/02/2025 - 14:31 Portuguese
Poesia/Pensamientos O tempo é espelho 7 1.226 05/01/2025 - 13:33 Portuguese
Poesia/Amor Não é rebeldia 7 530 04/30/2025 - 21:13 Portuguese
Poesia/Amor Quando amar é um crime 7 1.805 04/29/2025 - 20:19 Portuguese
Poesia/Meditación O outro lado da História 7 1.097 04/28/2025 - 20:57 Portuguese
Poesia/Pensamientos A memória do meu futuro 7 1.331 04/27/2025 - 14:40 Portuguese
Poesia/Amor Alguns encontros 7 903 04/27/2025 - 03:36 Portuguese
Poesia/Desilusión Te amar me pesa 7 915 04/26/2025 - 02:32 Portuguese
Poesia/Intervención A geração ansiosa 7 589 04/24/2025 - 22:31 Portuguese
Poesia/Meditación O Homem que Ninguém Libertou - Parte III - (O Que Veio Depois) 7 1.480 04/23/2025 - 20:16 Portuguese
Poesia/Meditación O Homem que Ninguém Libertou - Parte II - (A Ruptura) 7 1.005 04/22/2025 - 21:17 Portuguese
Poesia/Meditación O Homem que Ninguém Libertou - Parte I - (A Rotina) 7 482 04/21/2025 - 17:35 Portuguese
Poesia/Pensamientos Os caminhos da razão 7 1.060 04/20/2025 - 23:11 Portuguese
Poesia/Amor Próximo do infinito 7 541 04/20/2025 - 14:25 Portuguese
Poesia/Intervención Indubitável 7 682 04/19/2025 - 18:29 Portuguese
Poesia/Alegria Saber viver 7 793 04/19/2025 - 13:55 Portuguese