Ao eu-lírico

Toda vez que um verso se fez possível
me fiz omisso a cada bom leitor,
que leu e não enxergou o que é adornado
em toda estrofe: um excerto horrível;
tão indizível como é a imane dor...

E ao se existir em cada coleção
o verso pulsa dor, intervalado
e, concomitante, o coevo humor
- tal como o tufo e infarto coração -
palpita as mãos, entope-as de recados...

Recado este que sai nas entrelinhas
fugaz, que acarinha se só ao fundo
pelos breves minutos enquanto escrevo
e sei que já, muito ao mundo, me devo
e já me doo, às almas que se alinham
e assim me alinho em mim, por um segundo...

E torno-me astro deste Universo
num uno verso, em leve purgação
que faz o seu caminho - em alinhamento -
sua paz, de ser poeta, em um só momento
este rapaz sedento em coração
que infarta por saber-se réu confesso
e se morre poeta, em cada verso...

----------------------
Osvaldo Fernandes

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Lunes, Enero 4, 2010 - 13:49

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Nyrleon

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Comentarios

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Re: Ao eu-lírico

Belo, triste,arrancado
do peito...
Amo ler todos todos os
teus poemas, mas dói-me
o coração quando falas
tão triste assim.
prefiro "brincar de porradinha".
Sorria poeta, sorria.
alimenta tua alma com teus versos...

bjs :-(

ps: no meu perfil está meu blog,
faz uma visitinha, serás bem vindo.

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Re: Ao eu-lírico

BELEZA PURA, GOSTEI MUITÍSSIMO!
E torno-me astro deste Universo
num uno verso, em leve purgação
que faz o seu caminho - em alinhamento -
sua paz, de ser poeta, em um só momento
este rapaz sedento em coração
que infarta por saber-se réu confesso
e se morre poeta, em cada verso...

Meus parabéns,
MarneDulkinski

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