A primeira flor

Quando nasce a primeira flor os olhos do aflito enchem-se de alegria.
Através de singelos sinais, a primavera anuncia-se.
A pequena e primeira flor suaviza a paisagem, limpa a atmosfera, renova o cansaço da estação anterior e, sobretudo, impulsiona o oprimido a prosseguir em sua espera de tempos melhores.
A primeira esperança muda a tela da vida num sorriso sincero, em palavras cativantes, em pequenos e decisivos milagres cotidianos.
Depois de tantas marcas de dor, o sol se põe no deserto e nasce dentro do ferido, cicatrizando derrotas e renovando atitudes.
Ao certo sei da lentidão em que se chega o tempo da bonança e, como a pequena flor, o homem que recebe a provisão deve transformar seu coração.
Um coração contrito não será desprezado, antes, terá sempre ao seu redor uma única e eterna flor.
No mundo há espinhos, mas saiba apreciar na dor, a singela esperança da primeira flor.