Alfinetes do sono

Adormecer alfinetes sobre a palma das mãos
enquanto as almofadas de linho e algodão
descansam ao sol de Inverno na praia;
tomar como verdadeiras as memórias
com que me embalaste no berço de madeira
cortada à mais de um século.
.
Nada disso pareceria tão cruel
se a pele não tivesse sido perfurada
e o descanso tranquilo
não tivesse sido interrompido.
.
As ondas invertem o sentido.
As almofadas despiram-se de preconceitos
e mergulharam nas água geladas,
embora se saiba que nem assim
tudo se apagará da minha mente.
.
As marcas nas mãos não cicatrizam,
como a espuma não fica na areia depois da onda
partir para sempre e nunca mais se repetir.
.
São estes alfinetes de dor
que me caem dos olhos,
que me mostram que a vida sem luz
é um quadro sem fundo
onde a raíz das palavras
não pode medir o sono,
nem os alfinetes podem dormir
porque nunca acordaram.

rainbowsky

Submited by

Miércoles, Febrero 24, 2010 - 22:13

Poesia :

Sin votos aún

rainbowsky

Imagen de rainbowsky
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 5 años 45 semanas
Integró: 02/20/2010
Posts:
Points: 1944

Comentarios

Imagen de Henrique

Re: Alfinetes do sono

O poeta é infinito e a magia aparece nas palavras naturalmente…

:-)

Imagen de MarneDulinski

Re: Alfinetes do sono

TEM COISAS QUE ACONTECEM NA VIDA DA GENTE, QUE A GENTE NUNCA ESQUECE, SÃO COMO ALFINETES NOS PICANDO E NOS LEMBRANDO!
Meus parabéns,
MARNE

Imagen de Librisscriptaest

Re: Alfinetes do sono

Gostei muito de o ler, senti-me perdida em imagens e metáforas inteligentes!
"As marcas nas mãos não cicatrizam,
como a espuma não fica na areia depois da onda"
Adorei estes versos!
Beijinho em si
Inês Dunas

Imagen de Nanda

Re: Alfinetes do sono

Memórias que nos perturbam o sono e são como alfinetadas.
Beijo
Nanda

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of rainbowsky

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/General Strange II - O combate e a dúvida final 1 926 01/06/2011 - 17:26 Portuguese
Culinária/Sopas Sopa de peixe 0 2.806 01/06/2011 - 15:32 Portuguese
Culinária/Sopas Sopa de espinafres 0 3.128 01/06/2011 - 15:23 Portuguese
Culinária/Entradas Pastéis de bacalhau à portuguesa 0 2.398 01/06/2011 - 15:21 Portuguese
Culinária/Pasteles Bolo de Laranja 0 2.681 01/06/2011 - 15:12 Portuguese
Poesia/Tristeza O corpo saqueado 3 1.919 01/06/2011 - 12:33 Portuguese
Poesia/Desilusión Sem - Parte II 0 1.118 01/06/2011 - 12:18 Portuguese
Poesia/Desilusión Sem - Parte I 0 752 01/06/2011 - 12:17 Portuguese
Poesia/General Ses 2 1.468 01/05/2011 - 23:45 Portuguese
Poesia/Tristeza Log off Turn off 2 1.049 01/05/2011 - 21:43 Portuguese
Poesia/Pensamientos O viajante 1 1.026 01/05/2011 - 21:39 Portuguese
Poesia/Amor Para quando? 1 723 01/05/2011 - 21:28 Portuguese
Poesia/General Não vejo 2 816 01/05/2011 - 18:51 Portuguese
Culinária/Carne Lasanha à bolonhesa 0 3.395 01/05/2011 - 13:53 Portuguese
Culinária/Pescado Polvo à lagareiro 0 1.935 01/05/2011 - 12:51 Portuguese
Culinária/Postres Cheesecake de morangos 0 2.416 01/05/2011 - 12:47 Portuguese
Culinária/Pasteles Bolo de Ananás 0 1.377 01/05/2011 - 12:45 Portuguese
Poesia/Pensamientos Desligo a televisão 1 1.028 01/05/2011 - 04:11 Portuguese
Poesia/Tristeza As cidades respiram 2 1.950 01/05/2011 - 04:04 Portuguese
Poesia/Tristeza Elas teimam em ficar 0 1.051 01/04/2011 - 19:57 Portuguese
Poesia/Tristeza O último suspiro 1 656 01/03/2011 - 19:55 Portuguese
Culinária/Postres Doce de bolacha maria 0 4.455 01/03/2011 - 19:12 Portuguese
Poesia/Pensamientos Em que caminho te encontrarei? 0 916 01/03/2011 - 15:18 Portuguese
Culinária/Pasteles Tarte de maçã 0 1.111 01/03/2011 - 15:07 Portuguese
Poesia/Tristeza Fim sem fim 1 868 01/03/2011 - 14:48 Portuguese