A Mulher e a Rua

A mulher caminha na rua vazia.
Leva na mala a sobra do que fazia
e um resto do rosto que vestia.
Há pouco chamaram-na perdida,
alma decaída
e puta bandida.

Cada vitrine mostra o que o Mundo lhe fez.
Sua face retrata a sombra xadrez.
Por tanto não, só viveu o talvez,
enquanto gestava a angústia prenhez.

Ouviu os Homens e suas risadas;
e nunca se fez de rogada.
Abriu coração e pernas
e teme as "Chamas Eternas".

Já não clama por Deus,
mas por uma "Alma Danada"
que lhe complete a morte, da noite passada.

Antiga "mulher dama",
sempre "mulher drama".
Virgem deflorada. Virgem fossilizada.
Agora, segue a rua e o Nada
nesse fim de qualquer estrada.

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Viernes, Febrero 26, 2010 - 21:39

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fabiovillela

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Comentarios

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Re: A Mulher e a Rua

São pobres mulheres desiludidas, que um dia acharam que eram felizes. Lindo poema, triste também. Abraços

Imagen de Henrique

Re: A Mulher e a Rua

Sua face retrata a sombra xadrez.
Por tanto não, só viveu o talvez,
enquanto gestava a angústia prenhez.

Uma história da vida!!!

:-)

Imagen de MarneDulinski

Re: A Mulher e a Rua

LINDO POEMA, QUE RELATA UMA TRISTE E FEIA VERDADE DE MUITAS MULHERES!
Meus parabéns,
Marne

Imagen de robsondesouza

Re: A Mulher e a Rua

Caro Fábio,

quando os valores se desencontram, a mulher na rua passa, vestindo um "resto de rosto".

Belas palavras!
Abraços, Robson!

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