A dor fria

Nao sei se deveria,
nem sei se poderia,
romper essa funebre calmaria
e gritar à fúria dos Elementos
as dores e os tormentos
de tua toda ausência
em minha semi existência.

Não sei se poderei chamar-te namorada.
Pois agora tudo é nada
e nesse tempo de incerteza,
em que a dúvida é a certeza,
ignoro até o poema que te farei
e como te direi,
do tanto de carinho
que escrevo nesse pós pergaminho.

E tanto mais não sei, moça do Rio ...
mas sei que faz frio
e já sinto a dor anunciada
como amante indesejada.

Até quando
levarei esse corpo mulambo?
Onde estará
a panacéia que me curará?
Por onde andará
meu santo orixá?
Não sei!
Que um anjo me guarde
e que um alivio me aguarde.

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Viernes, Abril 9, 2010 - 23:46

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fabiovillela

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Comentarios

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Re: A dor fria

Fabio Vilela,

Belo poema versando sobre a tristeza! O sentir-se já quase perdido em tão grande mundo... nossa "sorte" é que, poetas, transformamos o que nos dói tanto em beleza e dividimos com o leitor a nossa mesa.

Um grande abraço,
Lila.

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Re: A dor fria

"A dor fria", num canto de tristeza que pede a um anjo que o guarde do triste destino.
Belo poema.

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