Desmotivo
Desmotivo
Eu canto porque o instante existe
Canto porque sou triste e insano
Canto porque meus instantes são pícaros
E a canção afasta-me da insensatez
Se Cecília era feliz com seus instantes
Busco uma Cecília que me complete
Que rompa o véu que me esconde
E edifique-me em horas incertas
Ainda não sou poeta; fico com o triste
Sou triste; o amor não me fez poeta
Não sei falar de sentimentos amorosos
Logo, não sou um verdadeiro poeta
Desmorono mais que edifício; estou falido
Falido de instantes, de inspirações
O meu mundo está turco e pichado
Não tenho dúvida: não fico, não passo!
Também sou como a poetisa Cecília
Sei que canto, mas não sei o que canto
Para ela a canção tem asas ritmadas
Para mim, falta-me asas para ritmá-la
Ainda não estou mudo e não ficarei
Recuso-me a aceitar que perdi as asas
Recuso-me a ouvir minhas certezas
Recuso-me a ser pássaro inválido
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Re: Desmotivo
Olá, Larry,
Bela obra.Ao dizer que não és poeta,já o
está sendo.O poeta muitas vezes dialoga consigo mesmo.Faz brotar do seu íntimo as angústias que
são inerentes ao homem, mas só o poeta sabe expres
sá-las. Também gostei que mencionaste uma grande poe
tisa, como é Cecília.Abraços.