restos teus

os teus vazios são mortais
quando, sem licença, entram em mim
tomando conta dos bocados cheios
que ainda tenho
dos bocados dos sorrisos que guardei
das lembranças do teu corpo em espera
das palavras que me deste
e que, por idosas e cansadas
caminham devagar na minha alma
são palavras esquecidas
pela tua boca distraída
entretida em discursos sem sabor
são palavras que não ouço
devido aos silêncios que carregam
devido ao estrilho desta dor

e depois, tu
a desaparecer devagar
em mim
em ausências
em gestos que não repetes
em abraços fictícios
em bocados de nada que me atiras
com restos teus, vazios e sem uso
engolindo os poucos pedaços cheios
que, por milagre, ainda tenho
presos por um desejo moribundo
de beijos que libertem os sentidos
e me tragam de regresso a este mundo

www.minha-gaveta.blogspot.com
nuno guimaraes

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Viernes, Abril 30, 2010 - 21:23

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NunoG

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Re: restos teus

os teus vazios são mortais
quando, sem licença, entram em mim
tomando conta dos bocados cheios
que ainda tenho
dos bocados dos sorrisos que guardei...

Bom poema!!!

:-)

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Re: restos teus

Nuno ele todo em si está muito bom mas tenho que citar :com restos teus, vazios e sem uso engolindo os poucos pedaços cheios que, por milagre, ainda tenho presos por um desejo moribundo de beijos que libertem os sentidos e me tragam de regresso a este mundo
Adorei
Beijos
Susan

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