o entendimento completo da morte.
Fico suspenso na água
a noite cheira a rosas e o milagre da pobreza
é deixar cair o incognito perfume dos olhos.
Suspenso na água e de patas penduradas no hemisfériO
tento refazer o mundo. É este o sinal para accionar as transformações do corpo.
Suspenso na água vejo os meus olhos
e não são os olhos que vejo
mas a água.
Não ter segredos é simples
o mistério de morrer é esperar e entre o mistério do que se espera
e o inesperado de não se saber onde ficaram os olhos nós tentamos e o tentar é a imperfeita conjugação de pensar que qualquer coisa é a sensação particular das coisas comuns.
Não ter rotina é morrer as coisas comuns fazem falta á paixão.
Fico suspenso na água e de pernas para o ar imagino-me um poeta que recita uma canção na sola dos sapatos velhos. Aquele barulho, aquele andar da multidão que parece que mexe, que parece que anda e que muda de posição quando parece estar a despir a terra e a terra fica nos sapatos como a musica nos dedos ou simplesmente como a respiração que se vai do corpo.
Fico suspenso na água
a noite cheira a rosas bravas
existir é ter cuidado e ter cuidado é desfolhar o amor e não ter cuidado é a unica atenção que o amor precisa para se equilibrar pois nunca se sabe como os homens se equilibram e contudo sabemos que encontram uma certa firmeza.
Assim o mar
assim o amor e todas as coisas misturadas.
Os homens livres e os outros e as mulheres para que não se diga que falta uma cor.
E é sempre a natureza esse milagre
essa transformação do cisne feio
no amor verdadeiramente universal e poderoso.
Não há nada que o amor não faça
para espantar os homens comuns e esse é o milagre do amor e isso é não entender nada e ter no entanto uma qualquer admiração que fosse o entendimento completo da morte.
lobo
Submited by
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 918 reads
other contents of lobo
Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío![]() |
Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Dedicada | O noite vem vestir o povo | 0 | 1.586 | 07/11/2011 - 07:21 | Portuguese | |
Poesia/General | A noite é uma mosca | 0 | 1.405 | 07/10/2011 - 07:50 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | Estás dentro do poço | 1 | 1.495 | 07/09/2011 - 16:18 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Anda não fiques ai | 0 | 1.961 | 07/08/2011 - 07:00 | Portuguese | |
Poesia/General | De que amarga água | 1 | 1.593 | 07/07/2011 - 01:55 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | Os bichos e as pessoas | 0 | 1.812 | 07/05/2011 - 09:28 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | Escrevem na pele com tinta limão | 0 | 1.854 | 07/04/2011 - 12:31 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | Como se faz para levantar o corpo | 0 | 1.758 | 07/03/2011 - 13:18 | Portuguese | |
Poesia/General | A morte da mulher do dono do hotel | 0 | 2.088 | 07/03/2011 - 11:59 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | Os dias marcados no corpo | 0 | 2.180 | 07/02/2011 - 21:15 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Fim | 1 | 1.519 | 07/01/2011 - 21:48 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | Vamos juntar palavras | 1 | 1.432 | 07/01/2011 - 16:07 | Portuguese | |
Poesia/Amor | O amor se escondeu | 0 | 1.300 | 07/01/2011 - 08:16 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | Volto no mar | 0 | 1.982 | 06/30/2011 - 07:44 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | A lembrança é uma faca | 2 | 867 | 06/29/2011 - 22:58 | Portuguese | |
Poesia/General | Os barcos que se perdem dos rios | 0 | 1.597 | 06/27/2011 - 16:21 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | O fogodas mãos | 0 | 1.713 | 06/26/2011 - 19:35 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Vou virar essa carta pra ti | 0 | 1.124 | 06/26/2011 - 12:32 | Portuguese | |
Poesia/Poetrix | A transparencia ou o outro modo de criar um pacto | 0 | 1.066 | 06/26/2011 - 08:09 | Portuguese | |
Poesia/General | Vou-te contar menino | 1 | 1.523 | 06/25/2011 - 16:45 | Portuguese | |
Poesia/Erótico | Como era aquele movimento | 0 | 1.206 | 06/24/2011 - 21:09 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | Vou sacar um cigarro | 0 | 1.795 | 06/24/2011 - 18:51 | Portuguese | |
Poesia/Fantasía | Quando se prova a folha da coca | 0 | 2.558 | 06/24/2011 - 15:12 | Portuguese | |
Poesia/General | As lagartas andam no deserto | 0 | 1.479 | 06/24/2011 - 13:51 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | Como me soubesse a triste | 1 | 2.030 | 06/24/2011 - 08:32 | Portuguese |
Add comment