Os teus passos no inverso do meu itinerário.

Os teus passos
no inverso do meu itinerário.

Desenhas nos cadernos figuras que flutuam.

Quando estávamos no quarto li-te o começo de um poema.

( Os mortos são árvores)

Tu olhas-te a rua como quem deixa cair aos pés do homem desabitado a tua respiração.
Os teus passos no inverso do meu itinerário.

Aquele pensamento de os mortos serem árvores aconteceu por causa da mulher vestida de branco que entrava nos automóveis e depois desaparecia.

Tu tocas-te a minha mão, depois de me despedir ainda senti que podia voltar a todos os lugares.

Que fosse o vento a levar-me ou a água a encher-me os olhos de memórias.

As árvores estavam perfiladas.

Todos os mortos eram árvores.

Num tempo em que se começa de novo não sabemos como nos podemos querer.

Os teus passos no inverso do meu itinerário.

Lobo 010

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Viernes, Julio 16, 2010 - 16:56

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Re: Os teus passos no inverso do meu itinerário.

"Tu tocas-te a minha mão, depois de me despedir ainda senti que podia voltar a todos os lugares."
Bela passagem, intima imagem, intensa e imensa poesia!
Beijinho em si, Lobo
Inês Dunas

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