Anjo taciturno

Entre corpos sem qualquer utilidade venho caminhando
A vida aos poucos tem me matado
De encontro a minha cruz um caminho vou traçando
Sendo seguida pelo fracasso, e infortúnios ao meu lado
Feito um anjo negro vou assombrando
Vilarejos, tirando lhes o sono, perpetuando a noite que seguem assustados

Eu não sei o que é sentir
Já não sou recíproca a sensações,
Eu não sei o porquê ferir
Mas ainda assim sigo bifurcando corações

Estou morta, pelo meu corpo não há o que pagar
Minha alma de longe pode ser salva, maculada
De nada adianta para um Deus rezar
Lagrimas são dispensáveis, em vão
Enterre-me, o paraíso não é o meu lugar
Taciturna, ainda que caio volto das cinzas ao chão...

Não espere o alvorecer
Não espere por nada
Não há no que crer
Não há virgens imaculadas

Enterre-me, deixe-me para traz
Não sou a mesma que lhe fez juras de amor
Putrefato meu corpo mórbido jaz
Consumida pela descrença sou hoje nada, falta-me furor
Sou carne, osso, no mais sangue... desolação
Sou a escória, um anjo que não merece sua benção

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Sábado, Agosto 21, 2010 - 02:41

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Jhyn

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Comentarios

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Re: Anjo taciturno

"Não espere o alvorecer
Não espere por nada
Não há no que crer
Não há virgens imaculadas"

O desânimo, num poema,
que gostei de ler.
:-)

Imagen de Almalusitana

Re: Anjo taciturno

Poema mais que bonito, ADOREI. Parabéns

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Re: Anjo taciturno

grata :-)
Beijos, Jhyn.

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Re: Anjo taciturno

Jhyn:parabéns pelo poema, está muito bem elaborado neste anjo taciturno.
um abraço Melo

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