Anjo taciturno
Entre corpos sem qualquer utilidade venho caminhando
A vida aos poucos tem me matado
De encontro a minha cruz um caminho vou traçando
Sendo seguida pelo fracasso, e infortúnios ao meu lado
Feito um anjo negro vou assombrando
Vilarejos, tirando lhes o sono, perpetuando a noite que seguem assustados
Eu não sei o que é sentir
Já não sou recíproca a sensações,
Eu não sei o porquê ferir
Mas ainda assim sigo bifurcando corações
Estou morta, pelo meu corpo não há o que pagar
Minha alma de longe pode ser salva, maculada
De nada adianta para um Deus rezar
Lagrimas são dispensáveis, em vão
Enterre-me, o paraíso não é o meu lugar
Taciturna, ainda que caio volto das cinzas ao chão...
Não espere o alvorecer
Não espere por nada
Não há no que crer
Não há virgens imaculadas
Enterre-me, deixe-me para traz
Não sou a mesma que lhe fez juras de amor
Putrefato meu corpo mórbido jaz
Consumida pela descrença sou hoje nada, falta-me furor
Sou carne, osso, no mais sangue... desolação
Sou a escória, um anjo que não merece sua benção
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Comentarios
Re: Anjo taciturno
"Não espere o alvorecer
Não espere por nada
Não há no que crer
Não há virgens imaculadas"
O desânimo, num poema,
que gostei de ler.
:-)
Re: Anjo taciturno
Poema mais que bonito, ADOREI. Parabéns
Re: Anjo taciturno
grata :-)
Beijos, Jhyn.
Re: Anjo taciturno
Jhyn:parabéns pelo poema, está muito bem elaborado neste anjo taciturno.
um abraço Melo