GANGORRA DA VIDA

Não sei se choro ou se rio; vou rir;

Estou entre o céu e outro lugar; em outro;

É tempo de clamar!

Não sei se aprendi ou desaprendi;
Aprendi sim;

Escrevo; escrevo sim – mal ou bem?

É tempo de clamar!

Estou com um copo d’ água nas mãos prestes a virar vinho; vai tornar-se;

É tempo de clamar!

Escrevi um verso e você achou ruim!

Escrevo mesmo assim! Insisto assim! Faço tudo assim! Á vida é assim!

A vida e uma gangorra e eu estou no meio; não sei se subo – quero subir e vou subir, tenho que subir, mas descerei com meu peso;

Vou descer e a vida d’outro lado me joga para cima;

Devo subir, porém do primeiro degrau;

Não estou no céu;

É tempo de clamar!

Não vou descansar, pois é hora de alcançar, de chegar, clamar, amar e sonhar, e esse dia? Vai chegar!

Porque não estou no céu, mas estou sempre com seu dono;
É tempo de clamar.