Vultos
Tão breve quanto a luz que nasce dos teus olhos
E sim, chegaste tão tu
Tão somente virgem e inalterável
E eu, fiquei a ouvir-te
Sentada no morro que me sufocava
Reorganizando-me
E concentrando-me
Nesse sonambulismo grotesco
Nessa masmorra sinuosa
Onde as ideias te sangravam a mente
Galguei muros, e imbui-me de foros novos
Mas não atingiste a verdade dos meus olhos
E caíste do alto
Como pedra acossando os lobos
E abalaste pelos matagais
Adentro de uma imensa conjuntura
Onde os momentos se declinam
Por verem um mundo inteiro a cair no vazio
Por fim assomaste-te o inverso da única certeza
Que há em nós
Militantes de uma guerra há tanto tempo esquecida
Mas eu não me evadi
Queria saber de ti
Entrar no teu círculo
Saber-te na tua fantástica viagem
Aos confins de um mundo
Que já foi teu
E que agora me queres doar
Sem dívidas a cobrar
Confundi as cores dos teus olhos
E não atingi a tua verdade
Aquela que rolava pela tua face rubra
De ódio contido onde os vultos se escondem
Submited by
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 1467 reads
Add comment
other contents of ÔNIX
Tema | Título | Respuestas | Lecturas | Último envío | Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Meditación | Depois a Vida | 14 | 1.126 | 02/26/2010 - 00:55 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Amo Como Quem Voa | 15 | 918 | 02/26/2010 - 00:40 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Muros de Betão | 5 | 1.759 | 02/26/2010 - 00:32 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Carece-me o Sentimento | 3 | 1.394 | 02/26/2010 - 00:11 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Sou... | 2 | 1.224 | 02/25/2010 - 23:59 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | Soberana És Tu | 12 | 1.135 | 02/25/2010 - 15:39 | Portuguese | |
Prosas/Otros | Às Escuras Encontro-te | 2 | 1.097 | 02/25/2010 - 04:19 | Portuguese | |
Prosas/Romance | Às Escuras Encontro-te II (O Meu Sentir) | 1 | 903 | 02/25/2010 - 04:09 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Lembra-me | 2 | 1.646 | 02/24/2010 - 22:17 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Solidão | 2 | 811 | 02/24/2010 - 22:06 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Sente-me | 2 | 1.824 | 02/24/2010 - 21:47 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Vento Agreste | 4 | 835 | 02/24/2010 - 21:41 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Escrevo-me Assim | 1 | 1.165 | 02/24/2010 - 21:32 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Jogo Disfarçado | 2 | 1.122 | 02/24/2010 - 21:01 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Sedução | 2 | 894 | 02/24/2010 - 20:55 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Lágrimas caídas | 3 | 669 | 02/24/2010 - 20:51 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Folha Caída | 3 | 730 | 02/24/2010 - 20:41 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Sopro Largo | 2 | 1.295 | 02/24/2010 - 20:40 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Sentindo...Tudo Faz Sentido | 3 | 1.247 | 02/24/2010 - 20:37 | Portuguese | |
Prosas/Romance | Vozes | 4 | 1.624 | 02/24/2010 - 16:13 | Portuguese | |
Prosas/Romance | Perco-me | 3 | 1.665 | 02/24/2010 - 16:02 | Portuguese | |
Prosas/Otros | Sentindo | 1 | 809 | 02/24/2010 - 15:37 | Portuguese | |
Prosas/Romance | Que Culpa Tenho Eu? | 4 | 650 | 02/24/2010 - 11:54 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | O Que Nos Move (Repub.) | 17 | 1.107 | 02/23/2010 - 12:04 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Os Nossos Olhares Tocam-se na Força do Ventos (Dueto) | 12 | 1.092 | 02/22/2010 - 17:21 | Portuguese |
Comentarios
Re: Vultos
"Mas não atingiste a verdade dos meus olhos
E caíste do alto
Como pedra acossando os lobos
E abalaste pelos matagais
Adentro de uma imensa conjuntura
Onde os momentos se declinam
Por verem um mundo inteiro a cair no vazio"
Gostei muito de ler o poema.
:-)
Re: Vultos
Assegurei-me que te sacudirias
Tão breve quanto a luz que nasce dos teus olhos...
E sim, chegaste tão tu...
Nessa masmorra sinuosa
Onde as ideias te sangravam a mente...
Galguei muros...
Mas eu não me evadi...
Aos confins de um mundo
Que já foi teu...
E não atingi a tua verdade...
Vultos se em sombra mas!!!
O encontro da alma ainda em procura de uma metade que não foi inteira!!!
Adorei este poema Ônix!!!
:-)
Re: Vultos
Há tempos não lia o sentimento que sua poesia escreve em mim.
Abraços,
Alcantra
Re: Vultos
Nas palavras se tropeça, nas essências se erra. A percepção engana, a razão atordoa e nem sempre analisa bem...chegar à verdade do outro pode ser mais arduo que escalar Anapurna. E no entanto, não tentar é recusar experimentar.
Mesmo que a verdade no fim não seja mais que um vulto distante ou um fantasma de ódio.
Re: Vultos
Querida poeta,
Creio que estes versos como que resumem todo o poema. A ilusão criada pelos nossos olhos, o mundo a cair no vazio, e a conclusão final, a lição. Para ler e viajar...
Beijinhos,
Clarisse