( Poesia Satírica ) Quem paga são os pobres

Boa tarde (noite) meus senhores
A todos quero falar
Perdoem-me por favor
Se me enganar a cantar.

Desde a hora que aqui cheguei
Que dei comigo a pensar
Como cantor nunca julguei
A esta terra voltar.

Não me importo de cantar
Até que a voz me doa
Pois gosto muito de estar
Rodeado por gente boa.

Venho falar-vos de um tema
Que nada me deixa feliz
Chego até a sentir pena
Do estado em que está o meu país.

Em dificuldades vivo
Para as minhas contas pagar
Não tenho tudo o que preciso
Nem me posso esticar.

Esses senhores que são nobres
Na companhia dos amigos
Só sabem limpar os pobres
Deixá-los com os bolsos vazios.

Não digo que sejam todos
Porque nem todos são assim
Mas comem até ficarem gordos
Nem as sobras deixam para mim.

Mas que raio de situação
Nos havíamos de encontrar
Fartam-se de pôr a mão
E os pobres são os que vão pagar.

Pago eu e pagas tu
Pagamos todos iguais
Qualquer dia vão-nos ao (poleiro)
Porque somos pobres demais.

Nada mais tenho a dizer
Nesta minha confissão
A todos, vou agradecer
Pela vossa atenção.