Hora de almoço
Disse-te que estava cansada, mas não aceitaste um não como resposta.
A manhã tinha sido extenuante, apetecia-me relaxar, a tensão acumulada numa reunião difícil tornava-me implicativa e caprichosa.
Estava sem fome, mas achas sempre que me deves alimentar, tratar de mim, porque sou uma colegial , irresponsável e inconsciente, no que diz respeito à minha saúde.
Estava mesmo naqueles dias impossíveis, em que só me apetecia contrariar-te, ainda bem que existes, reclamei ao telefone, senão o que seria de mim.
Mas quando desci e vi o Lamborghini spyder, que não dava nada nas vistas, discreto na sua cor amarela, fiquei com vontade de voltar para o meu gabinete e asfixiar-me no ar condicionado.
Sorrias com o ar de gozo, quando vias que me embaraçavas por puro poder masculino de quem conduz a relação como o teu carro desportivo. Carro não, automóvel. Sim, Excelência, ande lá com isso, que vou ser motivo de conversa para o resto do ano, desde o Segurança ao Presidente da Empresa.
A química é uma coisa extraordinária. Mesmo irritada, a fragância do teu aftershave encheu-me os pulmões, afundei-me no banco e a tua mão procurou de imediato o meu centro de gravidade.
Beijaste-me de forma diferente, penetrando-me com os dedos e passando-mos nos lábios, a seguir nos teus, numa sequência sincronizada.
Comecei a tocar-te, mas deste-me a entender que preferias reservar-te para mais tarde. Agora eu era a prioridade. (Homem inteligente, pois assim, relaxavas-me e eu ficaria sem tensões de neuras.)
Afastei ligeiramente as pernas, o automóvel é muito baixo e estávamos no centro da cidade, os autocarros ao lado e ambos gostávamos de testar limites. Sem ser os de velocidade. Esses ficavam para as auto-estradas.
O teu toque nas meias de seda estimulava-me os sentidos, senti-me mais húmida ainda numa mistura de excitação e saliva dos teus dedos hábeis.
A musica era convidativa.
O meu decote facilitado pela ausência de soutien, recebeu a tua mão nos meus seios empinados, redondos e rijos pelo toque. Entretanto eu massajava-me, o mais discreta possível, apesar da saia justa, que tive que subir um pouco. Tinha descoberto (há tempo) uma forma rápida de atingir o clímax mais intensamente, em vez de movimentos circulares, movimentos martelados com dedo firme e ritmado, que exigia um pouco mais de força de pulso.
Comecei a sair de mim quando um calor conhecido me invadiu as faces num rubor indisfarçável que o orgasmo se aproximava. Acelerei nas investidas , tu ajudavas com os teus dedos húmidos nos bicos dos meus seios, pés cruzados e fincados, a minha mão livre a procurar a tua boca, para que me chupasses os dedos, controle natural de respiração, sem respirar, fogo no rosto, no corpo, vou gemendo e grito quando esperas o bilhete que nos permite entrar no parque de estacionamento do Restaurante.
Saímos a rir, pois o meu grito coincidiu com o abrir da cancela, abraças-me e exploras-me a boca, como se estivesses no meu corpo.
Entramos no restaurante, vou até aos lavabos para me arranjar, enquanto te encaminhas para a mesa.
Ainda não tinha tempo de me ver ao espelho, quando dou por ti, atrevido e ansioso, por me "cobrares" o prazer.
Só tenho tempo de perguntar: "Já fizeste o pedido?" Porque de imediato me calas, como só tu sabes.
Em vez do "Cala-te e beija", inovaste para : "Cala-te e ajoelha-te" !
(Que prefiro ao "Engole-o").
Adorámos o aperitivo.
E consegui atrasar-me de novo, para a reunião da tarde. E desta vez, não iria passar despercebida a razão do meu atraso.
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Comentarios
Re: Hora de almoço
Este tipo de aperitivo é aliciante, assim como ler-te nas palavras um prazer inacabado.
Beijos
Dolores Marques
Re: Hora de almoço
Talvez não acredites, mas estava a colocar este texto e a corar, enquanto me preocupava , do que pensariam de mim... :pint:
Obrigada
1001 bjs