fora do mundo.

Gastaste o pouco que restava de forma inapropriada. Jogaste fora tudo o que tão especial, tão forte e verdadeiro. E agora fica de mim a parte que de ti me magoa...
Aquele profundo cenário, o pano de fundo que se fecha para mim e saio de cena, de luzes apagadas sem as palmas de mérito pelo esforço de tentar chegar a ti.
Ouvi cada passo meu, esperando em vão que me dissessem o que era de ti, se de ti sabiam mais do que eu queria saber.
E foi negro o fundo em que cai, sem prestação ganha, nem tempo de perder tive. Nem desistir pude, pois nesse jogo não entrei. E amarrada fiquei... A ideais que me sustentavam e faziam voar. Soube levantar os pés de chão e tocar o céu, nos teus olhos vi o infinito que me levava ao outro lado do Mundo, a tua estrela conheci.
Perdi-me na estrada que me abriste, nessa porta que pensei ser para mim. Mas pelo caminho deparei-me com outras... Que te enchiam de cor. E eu fiquei ali, em puro degredo.
O meu reflexo encontrei no espelho que em teus olhos ainda pude ver. Nesse tempo que me ofereceste, que sonhei ser meu e tu.. nosso. Imaginei tudo o que dividimos, cada lugar, cada palavra, cada segundo, cada pedaço de ar.
Será que não vês a mesma Lua que eu? E o mesmo Sol que te desperta em que cada amanhecer? Desejei amanhecer em ti, adormecer sobre o teu corpo.
Estou presa a ti, nessa clausura que suporta cada erro meu. E errei palavras. Se tas entregasse em mãos sabias que eram minhas, mas por medo as soprei e voaram até ti. Sem cartão de visita, fizeram anunciar a chegada de nada. Palavras soltas, palavras ocas.
Efémeras passagens na tua vida e cativei o olhar que sobre mim vi cair. Como a noite cai cerrada sobre a Lua, em sonhos.
Já não me sinto mais astro que flutua no teu mundo, nesse teu Universo tão fechado a chaves que a mim não chegam, a requisitos que prevejo não ter.
E de mim fizeste o teu fantoche, sem te aperceberes. Caí nos teus braços sem te ter bem perto de mim. Da nuvem que julgava ter só senti a ferida se abrir, cada pedaço de mim se quebrar como gelo, e o coração já rasgado pelas mágoas do tempo nem suspirou.
É justo me roubares cada respiração, cada alteração na minha alma se reverte a teu favor. Dela fizeste um reino que chefias com tamanha garra e prazer, nesse teu jeito de desamor.
Nunca perceberei porque razão o amor é só feito a dois. Se de mim exortas cada sentimento de guerra, e eu de ti enfrento marés de sentimentos coloridos. Explica-me, nesse teu jeito cerrado, que razão temos para não nos conhecermos?
Fugaz, isolo-me de ti para que não me vejas chorar.
Não quero ser a fraca que desprezas, quero ser quem ignoras e te esmaga pela grandiosidade do ser.

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Miércoles, Octubre 28, 2009 - 17:26

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Re: fora do mundo.

Belo texto.
Gostei.
Um abraço,
REF

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