Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético
DUALISMO – do latim “DUALIS” = em número de dois.
Embora esse termo já tivesse sido usado por PLATÃO que diferenciava as IDÉIAS (os modelos, os padrões, os originais dos quais se fazem as cópias materiais) dos FENÔMENOS (as coisas físicas, concretas que foram feitas a partir das “instruções” das IDÉIAS) e, também, por outros Pensadores, a palavra “Dualismo” é mais frequentemente associada a DESCARTES (1596/1650 França), cujo sistema Filosófico baseia-se na divisão entre o PENSAMENTO e a EXTENSÃO, a qual, para o Sábio, era o nome da MATÉRIA (física, concreta) ou o ATRIBUTO (a característica) principal da SUBSTÂNCIA (ou essência) dos corpos, os quais, só são conhecidos pela sua figura e pelo seu movimento. Em outros termos: eu não consigo perceber a Essência de um Objeto ou de um Corpo, mas sei de sua existência porque consigo perceber a sua aparência física e/ou seu movimento. Para Descartes, a Realidade (ou o Real) é composta de duas Substâncias (ou Essências) independentes e incompatíveis, na medida em que são “feitas” ou constituídas por elementos diferentes. Todavia, embora incompatíveis quanto à forma, são complementares quanto à finalidade; pois a Extensão ou aparência sinaliza a presença de certa Essência, a qual, por sua vez, é a “Alma” daquela “Coisa Aparente ou Perceptível”, sem a qual, a mesma não existiria.
Claro que além de Descartes, outros filósofos usaram o vocábulo “Dualismo” em diferentes Sistemas de Pensamento. Em geral essa palavra representa toda Doutrina ou Tendência Filosófica que aceita a existência de dois Princípios ou Proposições, ou Afirmações, ou Negações; não importando em qual Campo (concreto, abstrato, mental, corporal etc.) tais Princípios estejam. São via de regra, Realidades irredutíveis e opostas, como, por exemplo: Vida e Morte, Razão e Experiência, Teoria e Prática etc..
Ao Dualismo se opõem o Monismo* e o Pluralismo*, mas a Idéia do Dualismo é, sem dúvidas, a que mais se aceita e, talvez, pelo fato de que no cotidiano o Homem conviva com esse duplo caminho que lhe obriga a fazer constantes escolhas, ainda que delas não se aperceba em razão de ter incorporado esse hábito ao ponto de achar-lhe natural.
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