Vício de um sonâmbulo

O sono: imperador da mente humana...

Após uma noite toda sem sequer um cochilo, as doses de bocejo aumentam e os pensamentos falham na mesma proporção das palavras esclarecedoras de uma oração. Os ruídos todos mudam - o que antes era orquestra acompanhante do banquete de pernilongos, agora é o que dizem ser "vida": crianças chorando, frutas frescas cortadas, bolachas, maionese, leite com achocolatado... Cada um desses tem seu próprio som até o derradeiro aparelho digestivo de seus insaciáveis manipuladores. A televisão é ligada, eu no computador, digitando este texto... Realmente, tem muito de "vida" nesse interim entre o escuro ambiente e a quase apagada mente.

No entanto, eu sinto em mim certo prazer: o de ainda conseguir propor um pouco mais de compleição ao termo vida; trazendo alegações impiricas sobre o tema.

Primeiro, é de evidente entendimento que, "vida" não é a agregação de um grupo de fatores, nem apenas um fator que a demonstre categoricamente ou seja, a "vida" começa a ter "graça" quando a vemos como o mistério maior da existência. Esse mistério pode conter alguns subgrupos, dos quais, relevam-se os seguintes:

1º - Viver é o mesmo que amadurecer, mesmo que não haja condições para tal, por motivos diversos, há na vida uma espécie de cronômetro padronizado que indica com grande precisão nossas mais variadas classes de convívio e o acumulo de todas as informações adquiridas ao longo do existir(como o conhecemos). Evidente que o marcador principal deste cronômetro mostra-nos nossos picos de ganho e perda hormonal, influentes na nossa disposição psicomotora, na graduada intensidade de perda e ganho de forças, entre outros.

2º - Nossa evolução, aparentemente, nos leva á morte. Contudo, não devemos nos atentar ao desenrolar do mistério numa dimensão que não podemos sequer mensurar e sim abarcar ao nosso senso de dissernimento o oposto do visto hoje nas mais variadas culturas de todo o mundo e que, adquirimos de forma equivocada pois, a morte, por ser inexorável à vida, deveria passar tranquilidade e não temor (sinto também a importancia de esclarecer acerca da "evolução". Sempre que citada neste texto, refiro-me à evolução pela qual cada um de nós passa, respeitando, claro, as diferenças que há entre cada indivíduo).

3º - Entre as percepções de vida e morte, valores como amor e felicidade também tem real importância à existencia de cada um. A necessidade de percebemos a grandeza do amor(cito o amor como sendo a maneira incondicional a que nos apegamos ao nosso semelhante) está inversamente ligada à percepção de felicidade, isto em um primeiro patamar percorrido. Com o tempo e o acúmulo de experimentos ao longo de nossas vidas, percebe-se que o amor, quando posto em destaque
no tocante às nossas decisões, torna-nos felizes sem que nossa vontade de querer a felicidade como "a razão da existência" prevaleça. Logo, o amor por si só equilibra essa balança e, a felicidade fica como complemento do amor verdadeiro outrora exercido e não deixado à prática de questões menores, que envolvem sentimentos vãos (a paixão, por exemplo).

Feitas minhas considerações, peço que tão em breve as desconsiderem afinal, sou um pobre humano com déficit de sono.

É inútil e prejudicial como qualquer outro vício, eu sei mas, não nego meu interesse no bem-estar de meus comandos neurais. Vou dormir!

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Lunes, Febrero 15, 2010 - 12:53

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robsondesouza

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Re: Vício de um sonâmbulo

Meu muito estimado Robson,
Se todos os sonhos fossem um sonambulismo...
Beijo e escreve sempre!

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Re: Vício de um sonâmbulo

Esse déficit de sono bem que me trouxe algo a mais para o meu dia

Adorei ler

Beijo

Matilde D'Ônix

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