espasmo sequencial

Olhar à volta de destruídos lares dá parco resultado. e exalam cheiros de cinzentas discórdias, inconformadamente unidas em torno de despedaçados corações familiares. âmagos de universos imensos ficam emperdenidos perante a gravidade de tão intensas palavras. e os corações se despedaçam em pequenas histórias, que surgiram quando a separação se começou a viver a seus olhos.

Reluzentes rubis estão em suas mãos, sem sentido, sem nexo, perdidos num monte de impávida joalharia. rica, fresca, mas impávida, inerte impotente. Estalar dedos para que tudo desapareça como névoa em dia de verão, dá mau resultado. E a morte parece ser a fonte de tão pequenas e imundas narrativas. ao ver tamanho horizonte fétido em seu torno decide desistir. e esta pequuena história é a soma dessa desistência, com o bacoco conformismo em existir de forma moderada.

-Respiro agora. Sou quem sou. Enobreço-me. Mereço imagens. Gemo de gosto em me virar dócil perante o mundo. Minha grandiosidade é galanteada por quem me odeia e quer um pedaço de decadência existencial. Não lha dou. Procurem as mulheres, fodam-nas, tragam-mas gastas que eu ainda as consumo. e assim vivo queimando as etapas da violência verbal que há seculos ocorrera naquela que fora minha casa. E assim me esqueço de vocês todos e de tudo. Fechando os olhos, matando na mente, morrendo de facto.

FIM

Tiros ecoam no meio da avenida. Lutas titânicas travadas ardentemente por quem quer conquistar respeitosa nobreza perante quem não quer nada senão acabar vidas alheias. Deuses, julgam-se deuses, mas nada mais são que fracções em bocados de negrume cortado em ardilosas postas. questionam depois seu heroísmo pragmático, sua envolvência em terrores, barbáries que ficam anónimas. Não querem contar histórias, mas acabar com elas: única maneira de respirar quando quem nas costas está, persiste em insistentes facadas.

Líderes? Sim, talvez. Mas voláteis, inconsequentes, mais frágeis que vidro puro, apenas redomas imaginárias sem sentido...fraccionário.

- Matei-te. E matas-me agora? Não saberás responder-te a quem te quer mal? Tu? ès vil, violento, cruel. Não tinhas direito de acabar comigo só porque te fiz o mesmo. queria o inferno, deste-me o céu filho da puta. coração meu acabaria em sofrimento pejado de inocente e prazenteiro sangue. Assim deste-me a oportunidade de me redimir cabrão. Foi por isso que te matei lembras-te? Não quero ficar conhecido como condescendente. Quero voltar a matar tudo e todos. Foi para isso que fui criado. Foi para isso que nasci.

FIM

Mundo de bizarrias espera por quem pacientemente conduz veículo anónimo, no meio de tanto trânsito. Tarde de calor em final de dia, quando o sol já começa a ter vontade de adormecer e animar quem temerosamente espera por ele em outro lado do globo. Outro qualquer lado, pronto para receber de abertos braços, grandiosas oportunidades coexistentes com a luminosidade terrena de quem passeia no chão.

Música audível, gelo em boston, sol em lisboa, fogo nos céus. Gradações que crescem em prol da infindável batalha que destemidos deuses travam Um com medo da sua sombra, da truculenta traição, devaneio místico e ardente em raiva pura. Outro exaltando poder através de artefactos valiosos, querendo aquilo que não teve quando valores familiares eram a ideia retumbante do existir.

Mas ambos, ambos com as suas melhores armas, prontos para batalha épica enquanto labaredas de fumo se aprouvam de quem incauto conduz pelas movimentadas avenidas de lisboa.

E aquele condutor, só aquele condutor, persiste vivo a tão grande incremento de violência divina. A fúria que os céus abarcam não se lhe prende em animosidades, não lhe cria receio em passar a ser simples pó que respira nas ruas. E é a sua mente que parece criar tão grande devaneio. Tudo é ele, o carro, a rua, a família, o fogo, a morte, Deus, deuses.

- Os deuses somos nós.

FIM

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Jueves, Septiembre 16, 2010 - 00:50

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