Cancioneiro - Às vezes entre a tormenta

Às vezes entre a tormenta

Às vezes entre a tormenta,
quando já umedeceu, raia uma nesga no céu,
com que a alma se alimenta.

E às vezes entre o torpor
que não é tormenta da alma,
raia uma espécie de calma
que não conhece o langor.

E, quer num quer noutro caso,
como o mal feito está feito,
restam os versos que deito,
vinho no copo do acaso.

Porque verdadeiramente
sentir é tão complicado
que só andando enganado
é que se crê que se sente.

Sofremos? Os versos pecam.
Mentimos? Os versos falham.
E tudo é chuvas que orvalham
folhas caídas que secam.

Fonte: http:// www.ciberfil.hpg.ig.com.br

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Martes, Septiembre 29, 2009 - 16:23

Poesia Consagrada :

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