Lacrimal
É uma sala de salvos e secos ossos
Rachados desmontados e jamais crescem
Desolam bancadas de pedra branca
De tanto mérito que nos decrescem.
E a perna de quem já não manca,
Perna de ossos iguais aos nossos.
Mas…
Uma ténue e nívea luz
Brilho deleite natural
Surge discreto e sem mal
De dentro de quem nos conduz.
De cabelo loiro de ouro
Sobre traços finos de face
Um sorriso de tesouro
E bondade sem desenlace.
De lábios esguios e claros
Pequeno nariz de arestas
Sardas escondidas, honestas
Cantando ruivos amparos.
Magro rosto de aura alva
Olhos curtos da cor do céu
Faz sempre sol e não há breu
Um rosto que de olhar salva.
É um anjo, pálida, celeste
Descendo de nuvens sagradas
A voz límpida luz de mãos dadas
De quem só a verdade veste.
Oh, como ela toca crânios quais flores
Pedaços de memórias e lendas vividas
Por saber que descuidando cria dores
Se batesse com eles na pedra cinzenta.
Ensina-nos as vértebras de linhas lidas
E se não sabe um risco, cara magenta.
Ah, como ela aceita os ossos iguais
Quanto os seus seguram a sua beleza
De, mais que ensinar, gostar de ajudar.
Oh, como não mostra orgulhos mais
E haver nela tanto eu orgulhar…
Oh, como consegue não voar em tanta leveza…
Afinal Deus nos privilegia
É um anjo numa sala de anatomia.
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