Amor de Mulher
Hoje vi-te, naquela avenida cingida de gente. Receava a chegada desse momento. Passeavas nos braços do teu amor. Braços esses que outrora foram os meus. Os escassos segundos que nos cruzamos fizeram-me viver o passado. Eras minha, era teu e o mundo era nosso. Três anos envelheceram o tempo mas tu não envelheceste. Continuas linda, perfeita, tal como nos dias em que te amei.
Senti o desejo de te dizer: “Olá! Tudo bem?”, mas tu viste-me e como se os teus olhos não conhecessem o meu rosto continuas-te a caminhar, olhando em frente, naquela avenida cingida de gente. Não te critico por isso, afinal sempre se achou em ti a razão. Na vida os erros são como cabeçadas, dói no momento. A ferida passa, não deixa marca e tudo volta á normalidade, como se nada tivesse acontecido. Mas existem aquelas cabeçadas que são dadas com tanta força que a ferida provocada, e com ela o sofrimento e o remorso, nem o tempo parece ter mãos, hábeis, para curar. Mas, mais tarde ou mais cedo, a ferida sara e a dor flui. Fica a cicatriz, para não deixar esquecer o que aconteceu. Uma dessas cabeçadas foi ter-te deixado e assim, estupidamente, ter-te feito sofrer. Não merecias. Por isso peço-te perdão, embora para tal não haja perdão considerado. As nossas vidas seguiram em frente e fica apenas a cicatriz que traz a lembrança dos erros cometidos, mas também a lembrança da felicidade que nos cercou em todos momentos que juntos estávamos.
Hoje vi-te e notei que estavas bem. Ao chegar a casa a vontade de escrever enlaçou-se nos meus dedos. Escrevi estas palavras não para o que tu és agora mas para o que um dia foste para mim. Escrevi estas palavras para recordar aquilo que vivemos e para te agradecer por me teres dado a conhecer o que é ser amado verdadeiramente. Não encontrei amor de mulher igual ao teu. Só tu me amavas, só tu me conhecias.
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