RUÍNAS

Encostada na barranca da sanga
Acena no descampado do passado
Outrora viçosa na bonança, agora sangra
Desabada no vazio saudoso de negro fado.

Sob o sopro cego incessante do vento
Esfacela-se em constantes lágrimas dilacerantes
Expondo das entranhas, vértebras ao relento
Das paredes soerguidas e agonizantes.

Quando vem a noite com seu manto
Encobrir o pardieiro num gesto materno,
Cobre-se de vaga-lumes, abranda o pranto
Ao som dos curiangos, grilos, pulsar noturno.

Ao romper o sol com úmidos raios matinais,
Revela-se a tristeza da casa, de si despida
Sangrando horas a fio, calando seus ais
Desvelando forma em que fora construída.

Das ruínas sobe o lamento do tempo
A cobrar a consciência da força do porvir,
Atento aos rastros no caminho do esquecimento
Iluminando a busca do lugar, no horizonte do existir.

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Lunes, Enero 18, 2010 - 23:05

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erodelino

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