Filtro

 

Em poucas bocas filtraste o mundo de joelhos
quando chovia na gravata dourada descontada na garganta fria.
.
Ainda me recordo dos passos que davas no passeio
seguindo a ondulação do negro em detrimento do branco
dos cabelos brancos que me vão surgindo no pensamento.
.
Especializaste a tua língua para obedecer à malícia
que inevitavelmente me corrompe os poros fechados.
.
Não consigo mais lembrar-me das palavras rasuradas
que existiam no grito imensurável que crescia comigo,
alienando raízes para a soberba do olhar.
.
Pouco me importam as diferentes implicações
que ressurgem no vento que emanas da tua respiração secular.
.
Há chamas em matéria que não é inflamável
e que não deveriam arder apenas porque estou vivo...
Mas eu sou apenas um instante de pó filtrado na mágoa.

 

rainbowsky

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Viernes, Diciembre 31, 2010 - 17:39

Poesia :

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